A menos de dois meses dos desfiles das escolas do Grupo Especial, os ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí correm o risco de não acontecer pelo segundo ano consecutivo. Ainda sem definição por parte da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), agremiações e até famosos ressaltaram a importância do evento de preparação, que não tinha cobrança de ingresso e atraía milhares de sambistas e espectadores.
Segundo o presidente da Liga, Jorge Castanheira, os ensaios são uma esperança. "Não posso garantir, mas trabalhamos em função disso. Estamos procurando patrocinadores para realizar. Os valores estão sendo liberados", defendeu. Até agora, foram captados R$ 600 mil por meio da Lei Rouanet, mas o evento precisa de, no mínimo, R$ 2,5 milhões. A quantia obtida, por enquanto, seria suficiente apenas para realizar na Avenida o teste de luz e som da Beija-Flor, atual campeã do Carnaval. Castanheira descartou qualquer cobrança de ingresso no ensaio técnico.
No ano passado, o treino que antecede o desfile oficial também não aconteceu, e apenas as detentoras do título de 2017, Mocidade e Portela, participaram. Um dos motivos foi o corte de 50% da subvenção da Prefeitura do Rio às escolas de samba. No domingo, a atriz Juliana Paes, rainha de bateria da Grande Rio, fez um apelo no programa Domingão do Faustão. "Vamos falar com nosso prefeito pra termos os ensaios técnicos na Sapucaí, gente. É tão divertido. É um entretenimento maravilhoso", disse.
Para o diretor da União da Ilha, Dudu Azevedo, o treino na Sapucaí é importante também pela parte cultural. "Os ensaios técnicos mexem com a cidade, trazem uma energia especial, e movem os componentes e o público. Estamos na expectativa, com uma reunião entre os dirigentes das escolas e os governantes se conseguiria uma solução", pontuou. A agremiação faz ensaios nas ruas às quartas-feiras, às 21h, na Estrada do Galeão.