Bloco faz várias saídas pela orla de Ipanema - Fernando Frazão/Agência Brasil
Bloco faz várias saídas pela orla de IpanemaFernando Frazão/Agência Brasil
Por Agência Brasil

Rio - Em seu 55º ano de desfiles, neste sábado, a Banda de Ipanema atraiu foliões para o desfile que é um dos mais tradicionais do Carnaval de rua do Rio. Neste ano, sob céu nublado, a banda homenageia Paulinho da Viola, que participou do desfile.

Presidente e fundador da Banda de Ipanema, Claudio Pinheiro, de 83 anos, corrige quem pergunta sobre o desfile de pré-carnaval. "Pra gente não é pré, o Carnaval já começou faz tempo. Queremos que o povo carioca se divirta, se incorpore ao desfile e faça do desfile uma obra sua", disse ele, que define a banda como democrática, inclusive no repertório.

"Incorporamos não apenas as marchinhas, e nada contra as marchinhas, mas fazemos um desfile que mostra um perfil do que é a música popular brasileira e, sobretudo, a música de rua. Também temos muitas músicas que não são de Carnaval, mas que foram carnavalizadas pela banda e hoje são reclamadas pelo povo, que pede sempre", explicou.

Cláudio Pinheiro, diretor da Banda de Ipanema - Fernando Frazão/Agência Brasil

'Foi um Rio que Passou em Minha Vida'

No ano da homenagem a Paulinho da Viola, a concentração já dava demonstrações de que o compositor estará presente na programação: a música "Foi um Rio que Passou em Minha Vida" fez os foliões que chegaram mais cedo cantarem ao som da banda. O compositor e cantor Paulinho da Viola disse que "a banda, que tem 55 anos, influenciou ao longo de sua existência outras bandas do Rio".

Entre os que madrugaram na concentração da banda estava um grupo que, na verdade, estava atrasado. Sasha Batista, de 31 anos, e quatro amigas combinaram a fantasia de She-Ra para ir ao bloco Desliga da Justiça, mas perderam a hora do desfile. "A gente estava esperando se a chuva ia cair ou não", conta ela, que brinca, apontando para uma das amigas: "Ela é de açúcar, sabe?".

Foliões em fantasias irreverentes no desfile do bloco - Fernando Frazão/Agência Brasil

Diversidade

Tradicionais no Carnaval de rua de Ipanema, as drag queens se destacavam na multidão com fantasias coloridas e maquiagens expressivas. Entre uma selfie e outra com os foliões, a Mulher Mangueira contou que já desfila há 11 anos no bloco, que considera uma alvorada para o Carnaval de rua.

"É um momento de diversidade de um modo geral, de raça, de credo, de tudo. É disso que o Brasil precisa nesse momento tão difícil que a gente está passando", disse.

Drags são marca presente no desfile da Banda de Ipanema - Fernando Frazão/Agência Brasil

Mais discreta que as drags, a assistente técnica Rose Schmidt, de 50 anos, colocou apenas uma peruca para curtir o Carnaval. Ela conta que frequenta a banda todo ano por considerar que ela tem música de qualidade e animação.

"Hoje eu moro em Copacabana, mas eu venho aqui desde muito antes, quando morava em Caxias".

Quem estiver no Rio de Janeiro durante o Carnaval terá outras oportunidades de curtir a Banda de Ipanema, que desfila no sábado e na terça-feira de Carnaval, sempre às 17h.

Este ano será o 55º desfile do bloco de rua - Fernando Frazão/Agência Brasil

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