Livia Andrade - Davi Borges
Livia AndradeDavi Borges
Por BRUNNA CONDINI

Rio - O verso 'Minha carne é de Carnaval, o meu coração é igual', da canção 'Swing de Campo Grande', do grupo Fino Coletivo, bem que poderia traduzir o sentimento que embala Lívia Andrade nesta época do ano. "Amo Carnaval, sou do Carnaval, desde pequena. Olhava as pessoas pulando, desfilando, as fantasias, e pensava: 'é isso que quero viver'".

Aos 35 anos, ela já é veterana na folia de São Paulo, onde desfila há 25. Pelo quarto ano consecutivo, virá como madrinha de bateria da Império da Casa Verde. E no Rio de Janeiro, Lívia se prepara para estrear como musa da Paraíso do Tuiuti. "Quando entrei na Casa Verde, fomos campeões, e espero dar sorte para a Tuiuti. Tudo que faço na vida é para somar. Sempre!", diz a loura, que desfila pela escola carioca nesta segunda-feira, na Sapucaí.

A apresentadora do 'Fofocalizando', do SBT, diz que, nas semanas que antecedem os desfiles, a rotina fica ainda mais agitada. "Está uma loucura! Este ano, topei o desafio do Carnaval do Rio também e esqueci como é essa coisa louca de produzir, porque gosto de cuidar dos looks até para os ensaios. E tem as produções da TV, que inventei de fazer. Estou usando figurinos de Carnaval todos os dias no programa", conta.

Feliz de debutar na Marquês de Sapucaí pela vice-campeã do Carnaval passado, Lívia comenta a diferença entre a festa paulista e a carioca. "Olha, te digo que o Carnaval de São Paulo não deixa nada a desejar em relação ao do Rio. Acho que o paulista é maior, inclusive. A diferença do Rio são as pessoas. Em São Paulo, o sambista está na pista com a sua escola. No Rio, se ele não está na pista, está na arquibancada, curtindo, prestigiando. Um admira a escola do outro e tem essa identidade grande com o samba", explica.

 CORPÃO

Lívia vem desfilando a boa forma elogiada por aí, mas garante que não tem suado a camisa ultimamente. "Não estou mesmo conseguindo malhar. Faço procedimentos estéticos e procuro ter uma alimentação bacana, saudável. Além disso, me exercitei a vida toda, qualquer estímulo mantém a musculatura. E tem os ensaios, né? Lá, gasto muito", diz.

Livia Andrade - Davi Borges

E a musa completa: "Como muito. Na terça passada, acabei comendo um cachorro-quente de madrugada. A reta final do Carnaval é aquela hora em que tudo que se planeja muito dá errado, inclusive a dieta que você tentou fazer".

FANTASIA BADALADA

Perfeccionista e atenta aos detalhes, ela vibra sobre a confecção da sua fantasia de madrinha de bateria na agremiação paulistana. "Vai ser feita pela Mychelle X. Era meu sonho de Carnaval. Achava ela inacessível", recorda sobre o convite feito para a estilista 'queridinha' de famosas como Susana Vieira e Ivete Sangalo. "Quando a conheci, achei-a talentosa e fácil. Saímos para jantar e ficamos horas falando da fantasia. Juro que não sei como vai ser minha roupa. Vou provar bem perto do desfile, mas confio nela 100%. Sei que vai ser prata ou branca e não vou usar penas. Acho que a Mychelle entende bem o corpo da mulher. Vai ressaltar as curvas, realçar o bumbum e esconder o que não gosto".

Ela revela as recomendações da colega Patrícia Abravanel, para que ela se torne a 'musa do SBT' nos desfiles. "Ela disse: 'A Sabrina arrasa na Record, a Juliana Paes na Globo, você precisa caprichar", diverte-se. "Patrícia quer que eu saia mais glamourosa. Como eu sou do samba desde cedo, me jogo. Às vezes, esqueço que essa coisa do glamour é importante também no Carnaval. Então, fui atrás disso, com a Mychelle, minha equipe, sem improviso, fazendo uma coisa mais artística".

Lívia aproveita para falar da relação com a filha de Silvio Santos. "Não existe treta com Patrícia, ela é como eu: não faz fofoca, fala na cara. Acho muito bom conviver com gente assim, é transparente, não é uma caixa de surpresas. Gosto da maneira dela de ser, independentemente de ser filha do dono (Silvio Santos). É uma das melhores pessoas para se trabalhar ali. Ela traz um astral bom".

BOROGODÓ

A paixão pelo samba foi algo espontâneo e natural para a paulista. "Na minha família não tinha ninguém que gostava de samba, mas eu já era do ziriguidum", brinca. "Na minha rua, tinha a Unidos do Peruche, via aquilo e queria sair, mas era muito novinha. Meus tios me levavam no ombro para assistir. Ficava olhando deslumbrada, queria fazer aquilo, estar ali".

Livia Andrade - Davi Borges

Com a mesma personalidade que demonstra até hoje, Lívia foi atrás do sonho. "Tinha 9 anos e fui convencer minha mãe a me deixar desfilar na ala das crianças. Ela confiava em mim e deixou. Ouvia todas as recomendações dela, fazia tudo direitinho. Ela foi criticada por deixar, mas eu nunca a decepcionei", recorda.

E Lívia emenda: "Quando cheguei e vi os carros alegóricos, pensei que aquilo era mesmo pra mim. Me senti na Disney. Aliás, o Carnaval é a Disney de quem não pode ir até lá, do pobre. Fui crescendo e dali pra frente todo ano desfilava. Amava aquela sensação de ir muitas vezes a pé para casa, com costeiro da fantasia, sapatos nas mãos. Sabe aquela sensação de independência de fazer o que se quer? Depois que entrei para a TV, as coisas até facilitaram para mim, mas é essa mesma sensação que sinto até hoje. É uma paixão grande".

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