Rio - "É assim mesmo. Tá bom. São coisas do Carnaval, uma hora tem que acontecer", lamentou Neguinho da Beija-Flor, intérprete da Azul e Branco de Nilópolis, diante do segundo pior resultado da história da agremiação na apuração das notas do Grupo Especial. Perguntado se Laíla, ex-diretor de Carnaval da Beija-Flor e atual Unidos da Tijuca, fez falta, ele foi enfático: "Ele também não veio nas campeãs. O que pesou foi a dificuldade em si do Carnaval, estamos passando dificuldade muito grande para colocar o Carnaval na rua. Quem se superou, se superou. Fica provado que não existe sacanagem no Carnaval. Para o ano que vem, vamos vir com tudo".
Conhecida como a Deusa da Passarela, a Beija-Flor não voou alto no desfile em que homenageou a própria história. A escola de Nilópolis teve somente 267,40 pontos e ficou em 11º lugar, uma das piores colocações de sua trajetória.
O fiasco na Avenida coincide com o primeiro desfile após a saída de Laíla, que se desentendeu com a diretoria e foi para a comissão de carnaval da Unidos da Tijuca. A Azul e Amarela da Zona Norte terminou em sétimo. O puxador da Azul e Branca, Neguinho da Beija-Flor, comentou o resultado.
Abalado, o coreógrafo da comissão de frente, Marcelo Misailidis, não quis comentar o resultado da Beija-Flor. Ele foi apontado como pivô do desentendimento entre Gabriel David, filho de Anísio Abraão David, e Laíla. O coreógrafo, que dá suporte à comissão de Carnaval da azul e branca, sugeriu o enredo campeão da escola de 2018.
A baixa colocação da Beija-Flor pegou a agremiação de surpresa. "Os jurados não entenderam a proposta da escola. Não é possível ganhar sempre. Vou esperar as justificativas das notas para saber onde a Beija-flor errou”, declarou o vice-presidente Almir Reis.
Em 1956, a Beija-Flor ficou em 12º, mesma posição de 1964, quando acabou rebaixada. A escola de Nilópolis também caiu em 1960, com o sexto lugar na colocação geral.
*Colaborou Adriana Cruz
