Rio - Além de aplicar multa de R$ 750 mil à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), o Ministério Público (MP) pretende anular judicialmente a virada de mesa que mantém a Imperatriz Leopoldinense no Grupo Especial. A informação foi confirmada ontem pelo promotor Rodrigo Terra, representante na ação. Segundo ele, a ata da reunião que cancelou o rebaixamento da agremiação ainda não foi apresentada oficialmente. Nos bastidores, a possibilidade das escolas de samba desistirem da manobra já é cogitada.
"Estamos aguardando a formalização da ata para tomar as medidas cabíveis. Se confirmada, a virada de mesa deve ser anulada judicialmente, além de aplicada uma medida para que não ocorram novas manobras nos próximos anos", alertou o promotor, que deu prazo suplementar até o próximo dia 28 para a Liesa formalizar a decisão.
A multa diz respeito ao descumprimento por do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), acordado em 2018. "A Liga ficou de concluir a confecção dessa ata.Caso não haja a formalização ou o pagamento espontâneo da multa, vamos executar o valor judicialmente", acrescentou Terra.
TENSÃO NA LIESA
A afirmação do representante do MP aumentou a tensão interna no Carnaval carioca. A diretoria da Liesa deve se reunir, no dia 25 ou 26, com as escolas de samba para a leitura da ata da reunião do dia 3, em que foi decidido, por oito votos a cinco, que a Imperatriz não cairia para o Grupo de Acesso A.
Depois da leitura, as agremiações poderão rever a decisão ou arcar com as consequências judiciais. O que está em jogo é a credibilidade do espetáculo, com a insegurança na regra do concurso, além das sanções jurídicas, que resultam em prejuízo financeiro para a Liesa. O promotor ressaltou que, caso a Liesa desista da decisão, o MP desistiria da ação judicial, pois não haveria descumprimento do TAC", afirmou.
Império também pode subir
Também rebaixado no Carnaval deste ano, o Império Serrano, que não foi incluído na votação da Liesa pela nova virada de mesa, pode tentar voltar ao Grupo Especial. "Vamos aguardar a decisão concreta, por enquanto o Império está quietinho. Não quer dizer que futuramente não vamos tomar uma atitude", disse a presidente da Verde e Branca, Vera Lúcia Corrêa.
Se nada mudar, o passo seguinte é a convocação de uma reunião plenária para a formação de uma nova diretoria da Liesa, já que o atual presidente Jorge Castanheira decidiu renunciar. Ao longo da semana, diversos integrantes da diretoria entregaram puseram seus cargos à disposição.
*Estagiária sob supervisão de Flávia Duarte