Carnavalesca Márcia Lage posa com uma das fantasias da Portela: cores fortes e cítricas estarão presentes para despertar o público no desfile da escola, no amanhecer do domingo (23)
 - Fabio Costa
Carnavalesca Márcia Lage posa com uma das fantasias da Portela: cores fortes e cítricas estarão presentes para despertar o público no desfile da escola, no amanhecer do domingo (23) Fabio Costa
Por Luana Dandara

Conhecidos por uma estética moderna, os carnavalescos Renato e Márcia Lage querem imprimir sua marca logo na abertura do desfile da Portela. Estreando na agremiação de Oswaldo Cruz e Madureira, o casal premiado levará para a Sapucaí uma águia high-tech, com referências indígenas, em abre-alas acoplado. O desfile da maior campeã do Carnaval, sobre os índios que viviam em terras cariocas há 2 mil anos, promete ser cheio de cor e fantasia.

"Tratamos plasticamente como o imaginário desse paraíso. O estilo high-tech virá na águia, mas com uma tecnologia tupiniquim. O movimento tem um efeito muito bacana", revela Márcia. "Honestamente, a gente nunca cogitou entrar para a Portela. Achávamos que a escola tinha uma outra linha de carnavalescos e de enredos. Mas não tem nada a ver, a gente se adapta. Foi um encontro maravilhoso, a reação dos portelenses, o samba... entramos com o pé direito", completa a carnavalesca. 

O enredo 'Guajupiá, terra sem males' foi inspirado no livro 'Rio antes do Rio', do jornalista Rafael Freitas. Segundo Márcia, Guajupiá significa o 'Olimpo dos Tupinambás'.

"Quando os índios chegam ao Rio de Janeiro e encontram essa paisagem farta, com fauna, flora e água intocadas, acharam que aqui era o paraíso. Por isso, buscamos uma linguagem que se adequasse ao próprio imaginário dos tupinambás, fugindo da visão do branco sobre o índio", explica ela. "Isso vem ao encontro de uma estética que temos, mais moderna, limpa e linear. Demos um tratamento gráfico para as fantasias e alegorias".

Entre os temas que serão abordados no desfile estão a aldeia Karioca, que ia do Centro até o bairro de Laranjeiras, e a festa do Cauim, uma bebida alcoólica tradicional dos povos indígenas. Uma alegoria com grandiosas esculturas de onças, araras azuis, entre outros animais, promete impressionar. 

Última escola a desfilar no domingo (23), a Portela vai apostar em tons cítricos para despertar o público. "Optamos por um colorido para explodir à luz do dia. A gente quer acordar o público", diz Márcia Lage. 

Sobre a expectativa do 23º campeonato para a Azul e Branca, a carnavalesca acredita que o segredo da vitória é "não ter expectativa": "Estamos em uma escola inusitada, em uma nova fase, isso traz um frescor. O tema demanda uma plasticidade que nós sentimos confortáveis. Estamos fazendo o nosso melhor", destaca ela.

 

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