'Nós vamos comer gente na Avenida', diz Carlinhos de Jesus sobre Comissão de Frente da Portela
Segundo o coreógrafo, a ação não vai provocar admiração, mas repulsa. 'A ação do início ao fim é o ritual'
Por Beatriz Perez
Rio - A Comissão de Frente da Portela vai apresentar um ritual de canibalismo na Sapucaí. "A gente fala de morte e atrás vem a Lucinha (porta-bandeira), que fala de vida. Nunca ninguém comeu gente na Avenida", conta Carlinhos de Jesus.
Segundo o coreógrafo, a ação não vai provocar admiração, mas repulsa. "A ação do início ao fim é o ritual. O índio inimigo é capturado, lhe são oferecidos as melhores refeições, oca, e as índias mais lindas e jovens. Até que o pajé diz que chegou o dia dele", conta Carlinhos.
O indígena inimigo então será morto com uma paulada na nuca e jogado em uma fogueira, antes de ter partes do seu corpo comidas. "Ele sai com a cabeça agonizando e aí começa a antropofagia em si", completa.
Portela traz para a Marquês de Sapucaí o enredo "Guajupiá, terra sem males", que conta a história dos índios tupinambás, primeiros habitantes do Estado do Rio de Janeiro, no qual viram sua terra ideal (Guajupiá), conforme conta a lenda.