Bloco das Carmelitas em Santa Teresa.  - Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Bloco das Carmelitas em Santa Teresa. Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Por Venê Casagrande*
O último dia de Carnaval, ou Terça-feira Gorda, foi recheado de folia para todos os gostos! Em Santa Teresa, na área central da cidade, o tradicional Bloco das Carmelitas arrastou uma multidão pelas ladeiras do bairro. No Aterro do Flamengo a Orquestra Voadora, que tem mais de 50 ritmistas, reuniu foliões para ouvir seu repertório com o melhor da Nova MPB. E para coroar esse Carnaval de muita alegria e irreverência, a cinquentona enxuta Banda de Ipanema.
No Carmelitas, milhares de pessoas aproveitam a folia, que teve trio elétrico, bateria e porta-bandeira, além de muita disposição e animação. O bloco, acompanhado pelos foliões, desce há 30 anos as ladeiras do Centro do Rio.
As fantasias de desenhos fizeram sucesso entre os foliões do Carmelitas. O funcionário público, Rodrigo Lima, de 41 anos, conta que faz muito sucesso com sua roupa de "Duff man", o garoto propaganda da cerveja Duff, da série norte-americana Os Simpsons. "O pessoal me pede toda hora para tirar foto, passam brincando, botando pilha", afirma.
A inspiração surgiu por Rodrigo gostar da série e assisti-la desde a adolescência. O personagem é cômico e engraçado, combinação perfeita com o Carnaval. O "Duff man" de Santa Tereza conta ainda que aprendeu até a costurar para personalizar a fantasia que usa há 4 anos. "Eu comprei os panos, mandei personalizar a camisa, costurei uma parte da roupa também. A cada ano eu mesmo vou melhorando e aprimorando a fantasia, gosto muito desse processo de personalizar a roupa ao meu gosto", frisa Rodrigo.

Padre e 'anja' em pleno Carnaval

Os foliões se divertem cada um à sua maneira e algumas fantasias chamam atenção, como a do casal Alexandre Machado e Juliana Monteiro. Ele vestido de padre, ela de anja, bem comum aparentemente, mas a história é o diferencial e explica a fantasia.
Eles namoram há 6 meses e se conheceram na Paróquia da Santíssima Trindade,no Flamengo, onde iam sempre à mesma missa de domingo quando se conheceram.
Este é o primeiro Carnaval como um casal e eles aproveitaram o lugar onde se conheceram para fazer a fantasia e festejar. "Aqui em Santa Teresa tem a igreja (Paróquia Santa Teresa de Jesus) e já tem todo um contexto de religião no bloco e no bairro. Daí a gente aproveitou que nossa história começou na igreja para se fantasiar no bloco", disse Alexandre.

Dos quadrinhos para a folia
Os animes, muito populares no Brasil, e presentes na infância e na vida dos brasileiros também foram representados no Carmelitas. Este gosto pelo desenho animado japonês fez com que Alex Viviane acompanhado da esposa Regina Fonseca, se fantasiassem de Mestre Kame e Bulma, ambos personagens do anime Dragon Ball Z.
A dupla uniu uma ideia à técnica e fizeram as roupas. " O Alex teve a ideia, por gostar muito de Dragon Ball Z, e eu, como sou estilista, fiz a confecção das roupas. Comprei os tecidos e materiais e produzi", explica Regina.
O casal está junto há 11 anos e sempre conta que sempre curte a folia. "O Carnaval é o nosso momento, deixamos nossos três filhos ou com avós, ou na igreja, em colônia de férias, tudo para ter esse tempinho só para a gente. Todo ano a gente aproveita a festa, aqui no Carmelitas e em muitos outros blocos", acrescenta Regina.
Colaborou o estagiário André Arraes
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Confusão na Banda de Ipanema
Rio, 25/02/2020, Bloco de Ipanema, na foto uma briga entre um grupo de jovnes, foto de Gilvan de Souza / Agencia O Dia
Rio, 25/02/2020, Bloco de Ipanema, na foto uma briga entre um grupo de jovnes, foto de Gilvan de Souza / Agencia O DiaGilvan de Souza / Agencia O Dia
A Banda de Ipanema tomou as ruas do bairro da Zona Sul. Milhões de pessoas marcaram presença no tradicional bloco e fizeram a festa no último dia de Carnaval. Porém, um momento triste na tarde de ontem aconteceu por volta das 17h. Um grupo de jovens se estranhou, discutiu, trocou socos e pontapés e precisou ser apartado por policiais militares.
A cena de selvageria aconteceu por cerca de um minuto. Em um determinado momento, um sujeito segurou o "rival" para que o companheiro o espancasse. Sangues puderam ser vistos nos rostos dos envolvidos e no chão.
Segundo apurou a reportagem, esse tipo de confusão foi comum durante a passagem da Banda de Ipanema, principalmente por conta das tentativas de furtos.
Um guarda municipal evitou falar em quantidade exata de briga, pediu para não ser identificado e disparou: "Isso está acontecendo toda hora. Muitas pessoas não vieram para se divertir, mas apenas para aproveitar a distração de alguns foliões para roubar e furtar. O resultado é esse".