Painel em homenagem ao compositor Monarco foi inaugurado na quadra da Portela, no sábadoDivulgação

Rio - Diante da presença da família, amigos e fãs de Monarco, a diretoria da Portela inaugurou, no último sábado (8), durante a Feijoada da Família Portelense, um grande painel em homenagem ao baluarte, que faleceu aos 88 anos, no último dia 11 de dezembro, vítima de complicações de uma cirurgia no intestino.

A imagem escolhida reproduz a arte de Mello Menezes que estampou a capa do disco "Passado de glória - Monarco 80 anos", lançado em 2014. A cerimônia também contou com a presença dos músicos e pesquisadores do Instituto Glória ao Samba, que vieram especialmente de São Paulo para a homenagem.

Fundador da Velha Guarda Show e ex-presidente de honra da Portela, Monarco já havia sido eternizado na nova sala de troféus da escola, que leva seu nome e foi inaugurada no dia 9 de dezembro.

"Monarco é o nosso baobá e merece todas as homenagens. Ele já havia recebido muitas em vida, como o busto que está em nossa quadra, por exemplo. Mas faltava imortalizar ele visualmente em nossa quadra. Foi um dia emocionante e muito especial para todos os portelenses", comemorou o presidente da escola, Luis Carlos Magalhães.

"O mestre Monarco é o nosso grande professor. Sempre foi a pessoa que mais nos acolheu, que mais nos ensinou sambas. Ele era nosso elo com os sambistas do passado", destacou Paulo Mathias, um dos fundadores do Glória do Samba, que aproveitou para lançar o LP "Portela 59", com gravações históricas que estavam perdidas.

O evento também marcou a primeira apresentação da Velha Guarda Show da Portela após a morte do seu líder. O grupo, que foi fundador em 1970, agora segue com Serginho Procópio, Marquinhos do Pandeiro, Rubens da Cuíca, Tia Surica, Aurea Maria, Neide Santanna, Jane Carla e outros bambas. O repertório lembrou clássicos de Monarco, como "Coração em Desalinho", "Vai Vadiar", "Quitandeiro" e "Tudo Menos Amor".

Viúva do baluarte, dona Olinda recebeu a medalha (in memorian) Paulo da Portela, a maior honraria concedida pela escola, das mãos do Departamento Cultural.

Na quadra da coirmã Estação Primeira de Mangueira, o sábado também foi de feijoada e muito samba. A parte musical ficou por conta de Leci Brandão, que está completando 50 anos de carreira, e do músico Chacal do Sax. No encerramento, a bateria e os segmentos da Verde e Rosa promoveram mais um ensaio.
Neste domingo (10), o Salgueiro encerra a maratona de feijoadas do fim de semana recebendo o cantor Renato da Rocinha e outros convidados.