Serpente da Viradouro agitou Marquês de Sapucaí na madrugada de terça-feira (13)Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Wesley Torquato, bailarino e coreógrafo responsável por levantar a Marquês de Sapucaí com a serpente da comissão de frente da Viradouro, revelou o segredo por trás da performance na festa do título na quadra da Vermelha e Branca em Niterói, Região Metropolitana do Rio, nesta quarta-feira (14).
O artista revelou ao DIA que usou um skate elétrico e muito jogo de cintura para dar movimento ao animal gigantesco. "Desde o início, a gente já tinha certeza que era uma experiência única. Não nos cansamos. Sabíamos que ia ser árduo", diz ele sobre a fase de preparação, que levou quatro meses.

O bailarino também confessou que a vibração do setor 1, ao ver a serpente, já deu um "gostinho" de como seria durante toda a Sapucaí.
Priscila Mota, coreógrafa da comissão de frente da Viradouro, disse que a preparação da comissão de frente iniciou em março, assim que o tema foi escolhido. Depois, foram mais 11 meses de ensaios. Ela também falou sobre a performance da serpente, que encantou os jurados e o público. 

"A serpente mordia o próprio rabo. Isso significa um ciclo que não termina. Tudo se renova", destaca. 
A coreógrafa diz também que foram 15 componentes na comissão de frente. Antes do resultado do título sair na apuração, outras escolas entraram com um recurso junto à Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) dizendo que a Viradouro ultrapassou o limite de pessoas na comissão estipulado pelo regulamento. O pedido será avaliado nesta quinta-feira (14) pela Liesa e pode custar cinco décimos à Vermelha e Branca. Contudo, mesmo com um possível aceite da Liga, a escola não perde o título porque ficou sete décimos à frente da Imperatriz Leopoldinense, segunda colocada. 
Com o enredo 'Arroboboi, Dangbé', a Viradouro conquistou nota 10 em todos os quesitos, alcançando a pontuação máxima de 270 pontos. A escola fechou o segundo dia de desfiles do Grupo Especial no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, na madrugada desta terça-feira (13). É o terceiro título conquistado pela agremiação, que já havia levantado o troféu em 1997 e 2020. 
Em uma apresentação quase sem erros, a Vermelha e Branca se inspirou na ancestralidade e encantou o público com o enredo sobre o culto ao vodum serpente na África e no Brasil. Desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, o tema fez um passeio pela História, levando uma mensagem em defesa da liberdade de culto e do respeito entre as religiões.