A Grande Rio escolheu, na madrugada deste domingo (29), seu samba-enredo para o Carnaval 2025. A obra vencedora leva as assinaturas de Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davidson Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes, integrantes da escola de samba Deixa Falar, de Belém. O enredo exalta a cultura do Pará, destacando belezas naturais, música, comida, religiosidade, lendas e outros aspectos.
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Semanas antes da final, a parceria vencedora chegou a disputar uma seletiva com outros sambas feitos por compositores paraenses. Após o resultado, o grupo fez questão de posar com uma bandeira do estado. Na final deste sábado, Mestre Damasceno, de 70 anos, importante nome da cultura da Ilha de Marajó, derrotou nomes consagrados do samba carioca, como Diogo Nogueira e outros.
Nas redes sociais, a diretoria da Deixa Falar celebrou a conquista. "Foi lindo, emocionante! Gratidão, Caxias! Gratidão, Grande Rio! Esse título é resultado de muita dedicação, talento e amor ao samba! Agradecemos aos nossos compositores, aos intérpretes, à nossa bateria e a toda a comunidade que acreditou e fez parte dessa vitória. Vocês foram fundamentais para que nosso pavilhão brilhasse ainda mais. Seguimos juntos, Deixa Falar, rumo a novos desafios, levando sempre o nosso samba para o mundo".
Encontro de musas
A quadra da agremiação, em Caxias, ficou lotada e recebeu muitos artistas, entre eles a rainha de bateria, a atriz Paolla Oliveira, que esbanjou beleza e simpatia. A apresentadora Patrícia Poeta e as ex-BBBs Alane Dias e Isabelle Nogueira foram apresentadas oficialmente à comunidade como musas. Outros famosos, como o promoter David Brazil e a apresentadora Gardênia Cavalcanti, também marcaram presença.
O enredo do próximo Carnaval é "Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós", dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
Das 12 escolas do Grupo Especial, além da Grande Rio, já escolheram seus hinos Unidos de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Imperatriz e Vila Isabel.
Confira a letra do samba campeão:
A Mina é cocoriô! Feitiçaria parauara A mesma lua da Turquia Na travessia foi encantada Maresia me guia sem medo Pro banho de cheiro Na “en-cruz-ilhada”, espuma do mar Fez a flor do mururé desabrochar Pororoca me leva... Pro fundo do igarapé Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué Quem é de barro no igapó é Caruana Boto assovia (oi) mãe d'agua dança!
Se a boiúna se agita... É banzeiro! Banzeiro! Quatro contas, um cocar! Salve a arara cantadeira! Borboleta à espreita... E a onça do Grão-Pará
Na curimba de babaçuê Tem falange de ajuremados A macaia codoense é macumba de outro lado Venham ver as três princesas 'baiando” no curimbó É doutrina de santo rodando no meu carimbó!
E foi assim... Suas “espadas” têm as ervas da Jurema Novos destinos no mesmo poema E nos terreiros, perfume de patcholi Acende a brasa do defumador Pra um mestre batucar a sua fé Noite de festa! Curió marajoara... Protege Caxias nas águas de Nazaré!
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