Quadra da Impeatriz, em Ramos, ficou lotada durante a finalJuliana Ferreira / Divulgação Imperatriz

Rio - A Imperatriz Leopoldinense definiu, na madrugada deste sábado (28), seu samba-enredo para o Carnaval 2025. A composição campeã é assinada por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro. O enredo, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, exalta ancestralidade e a força do candomblé.


A quadra da escola, em Ramos, na Zona Norte, ficou lotada durante a grande final, que contou, ainda, com uma homenagem à carnavalesca Rosa Magalhães, que morreu em julho. A artista conquistou cinco títulos com a Imperatriz (1994, 1995, 1999, 2000 e 2001). Aos 58 anos, o compositor Me Leva faturou a disputa pela oitava vez. 
O diretor executivo da escola, João Felipe Drumond, celebrou o resultado. "O que vivemos na noite da nossa grande final é inesquecível. Ver a casa lotada, com apresentações de gabarito altíssimo, tanto dos segmentos quanto das nossas parcerias, não tem preço. É o reflexo de uma escola e comunidade felizes, e é para isso que a gente trabalha diariamente: para sempre colocarmos a Imperatriz no topo. 2025 teremos um Carnaval ainda maior."

A presidente Catia Drumond fez coro: "Que noite espetacular! Só tenho a agradecer a minha equipe, minha família, e a todos os presentes na nossa final. O trabalho só para agora depois do domingo de Carnaval. Escolhemos um grande samba, aclamado pelo público, pela crítica, e que tem tudo para ser, mais uma vez, o samba do ano. E a gente vai para cima disso, para buscar esse campeonato, com as bénçãos de Oxalá."

Atual vice-campeã, a Verde e Branco será a segunda escola a desfilar no domingo de Carnaval, com o enredo é "Ómi Tútu ao Olúfon – Água Fresca para o Senhor de Ifón".

Das doze escolas do Grupo Especial, além da Imperatriz, três agremiações já definiram seus hinos: Unidos de Padre Miguel, Unidos da Tijuca e Vila Isabel.

Confira a letra do samba campeão:

VAI COMEÇAR O ITAN DE OXALÁ
SEGUE O CORTEJO FUNFUN PRO SENHOR DE IFÓN, BABÁ

Orinxalá, destina seu caminhar
Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor
Vê o doce se tornar o fel

OFEREÇA PRA EXÚ... UM EBÓ PRA PROTEGER
PENITÊNCIA DE EXÚ, NÃO SE DEIXA ARREFECER
ELE ROMPE O SILÊNCIO COM A SUA GARGALHADA
É CANCELA FECHADA, É O FARDO DE DEVER

Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão

JUSTIÇA MAIOR É DE MEU PAI XANGÔ
NO DENDEZEIRO, A JUSTIÇA VERDADEIRA
(MEU PAI XANGÔ MORA NO ALTO DA PEDREIRA)

Onde o banho de abô pra purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha

ONÍ SÁÀ WÚRE! AWURE AWURE!
QUEM GOVERNA ESSE TERREIRO OSTENTA SEU ADÊ
IJEXÁ AO PAI DE TODOS OS ORIS
RUFAM ATABAQUES DA IMPERATRIZ