Aconchego: fundamental, e não apenas para bebês - Danielle Medeiros
Aconchego: fundamental, e não apenas para bebêsDanielle Medeiros
Por O Dia

Rio - Quando a mulher engravida, passa os meses antes da chegada do bebê estudando e tentando assimilar todo tipo de informação possível para saber exatamente o que fazer quando o bebê chegar. Mas junto ao conteúdo pesquisado, vem também as "dicas" da mãe, sogra, tias e quem mais achar que tem informação relevante para passar. Não será uma surpresa escutar que choro é manha ou que dar muito colo mima em excesso. Mas será mesmo?

A resposta é um enfático não. A consultora materna Bia Rangel explica que o choro não é um comportamento, como muitos insistem em afirmar, mas uma necessidade de nutrir ou suprir algo. "É a única forma de comunicação do bebê e também a válvula de liberação de estresse. Deixar o bebê chorando sem atender à necessidade ou acolher no momento de estresse é altamente prejudicial. Quando ele pede ajuda e não é atendido, o nível de cortisol aumenta e todo o corpo entra em estado de estresse", afirma. Ela conta, inclusive, que estudos comprovam que bebês que não têm o seu choro atendido deixam de pedir ajuda, mas continuam passando pelo estresse. "Isto quer dizer que eles sabem que não adianta pedir ajuda, pois não irão receber", comenta.

Já em relação ao colo, a especialista faz uma associação bastante interessante: "Se quando um adulto chora, prontamente atendemos e oferecemos colo, por que quando uma criança pede entendemos que é manha? O colo será sempre importante, mesmo para adolescentes, por mais que não digam que precisam dele. Isso não quer dizer que faremos todas as vontades da criança, mas que oferecer aconchego irá ajudá-la a lidar com a frustração de não conseguir o que quer", esclarece. Porém, lembra ela, confortar não quer dizer que não possa negar nada. "Muitas vezes, os pais precisam dizer não aos seus filhos. É importante manter a firmeza, mas não é necessário ignorar o sofrimento da criança em receber a negativa. Acolha a sua criança, explique sempre os motivos da decisão tomada, ajude-a a passar pela frustração. Com a maturidade, ela aprende a lidar com problemas. Mostre que você se importa com o que sente e que sempre que estiver triste encontrará o seu colo para chorar. Seja o porto seguro do seu filho, não importa a idade. Todo mundo precisa de conforto", pontua.

 

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