Carolina Barros, criadora do canal Fazedora de Vídeos - Divulgação
Carolina Barros, criadora do canal Fazedora de VídeosDivulgação
Por RICARDO SCHOTT
Rio - A jornalista Carolina Barros, 34 anos, transformou sua paixão em profissão - e em empreendimento. Quando criança, a paulista de Mogi das Cruzes gostava de brincar de rádio com a irmã. Depois passou a trabalhar com rádio e televisão e, hoje, orienta profissionais de vídeo com seu canal no YouTube, Fazedora de Vídeos.
O canal da jornalista tem vídeos explicando o passo a passo para começar a gravar para o YouTube, para estruturar roteiros, para transmitir mais emoção através da voz, para fazer vendas pelo Instagram, além de outros tópicos. Carol, que também dá workshops e mentorias ao vivo, ensina truques básicos para perder a timidez, e dá toques para quem não tem mais do que um celular para fazer as imagens.
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"A timidez atrapalha muito os futuros fazedores de vídeo. A pessoa precisa definir qual o recado dela, com quem ela quer falar, qual sua motivação para se colocar em frente ao vídeo. Se você é especialista em alguma coisa e tem conteúdo para compartilhar, já pode partir para o vídeo", conta.
E é preciso um excelente equipamento para começar? "A grande tendência é que os vídeos sejam cada vez mais caseiros, captados pelo celular. Isso até aproxima quem está do outro lado da tela. O conteúdo é rei", avisa ela. Para conhecer mais seu público e cuidar do Fazedora de Vídeos, Carol procura se aproximar, ouvir e saber o que as pessoas querem. "A receita é muita leitura, muita pesquisa e muita empatia", revela.
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Vender
Carolina, aos 18 anos, antes de fazer jornalismo, trabalhava como vendedora. E adorava. "Eu gostava de servir às pessoas, e isso vende", dá a dica. Uma loja em que trabalhou contratou um programa de TV regional para ajudar a vender os aparelhos, e ela foi para a frente da tela. Fez isso com tanta desenvoltura que foi convidada para apresentar um quadro num programa local. "Eu ganhava bem menos mas estava realizando meu sonho", lembra ela, que até então era uma menina fanática pela MTV e que sonhava em ser VJ do canal.
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"Cheguei a participar de alguns programas da MTV, mas as coisas mudaram bastante na minha vida no decorrer dos anos", conta. Carol se mudou para a capital paulista, casou-se, teve filho, se separou (hoje está namorando) e foi perdendo o fetiche por trabalhar em grandes emissoras. "Eu ia ter que trabalhar demais e tinha filho. O canal veio da necessidade de empreender e fazer grana, e de vender meus serviços de videomaker, de orientar novos apresentadores", conta.
Cicatrizes
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Aos 13 anos, Carolina foi atropelada por uma kombi e o espelho do utilitário bateu em seu rosto, perto do olho direito. Como resultado, ficaram cicatrizes que ela preferiu não operar. As marcas, no entanto, já foram um obstáculo para sua autoconfiança. "Queria operar essas cicatrizes antes de fazer jornalismo. Achava que era impossível entrar na grande mídia porque nunca tinha visto nenhuma mulher com cicatriz apresentando programa de TV", conta ela, que foi desistindo da ideia da operação com o tempo. E preferindo trabalhar sua autoconfiança e autoestima.
A história das cicatrizes virou um vídeo de seu canal, em que ela contou sua trajetória e sobre como sua visão de si própria e do seu trabalho foi mudando. "Esse vídeo acabou sendo compartilhado até por psicólogos. Acabou sendo bastante impactante", conta ela. "Amor próprio é o que salva a gente. A questão estética é importante mas é muito inferior o que a gente tem para passar".