Acima, Lu Costa, dona da Nkenge - Divulgação
Acima, Lu Costa, dona da NkengeDivulgação
Por O Dia

Rio - Os desfiles glamourosos, as peças caríssimas e os eventos luxuosos abriram espaço para um novo olhar diante do que um dia foi o mundo da moda. Com a pandemia do coronavírus e a necessidade de uma longa quarentena, quem vive do varejo se viu sem público da noite para o dia. Mas, além do desespero diante de uma possível crise financeira, o que se vê no cenário atual são empresários e empreendedores se reinventando para manter seu negócio ativo e ainda ajudar o próximo.

É o caso do artista plástico Hector Ângelo. O jovem de 17 anos, que tem uma grife de roupas com o seu nome, desenvolveu a campanha 'Você não está sozinho' para sensibilizar a sociedade da importância de não parar as doações para as pessoas em situação de rua. "A ação é liderada por John Maia, homem trans e ex-morador de rua. Ele tem atendido cerca de 120 pessoas e conta apenas com doações da comunidade e algumas instituições", conta Hector.

Já as marcas Nkenge e VB Ateliê, ambas com forte influência africana, optaram por transformar sua produção em ferramenta de proteção. "Produzimos em média 100 máscaras por dia. Fechamos parcerias e distribuímos para moradores de ruas e pessoas de comunidades do Rio. Também estamos costurando capote para os profissionais de saúde, pois o estado não está dando conta de entregar os mesmos nos postos de saúde e hospitais", conta Lu Costa, dona da Nkenge.

Andrea Villas Boas, estilista da VB Ateliê, vai além. "Sempre acreditei que fazer moda no Brasil é um ato de resistência. Por isso, diante dessa pandemia, pesquisamos para fabricar máscaras com proporções, modelagens e acabamentos que garantissem a proteção do cidadão. Também estamos participando do Coletivo Afromáscaras, formado por empreendedores de todo o Brasil que estão atuando na produção de máscaras de tecido para doações e vendas".

E quando a quarentena transforma o olhar do empreendedor sobre o seu negócio? É o caso de Jaciana Melquiades, dona da loja de brinquedos Era Uma Vez o Mundo, e Ana Claudia Silva, sócia da Afra. "Em 2019, investimos em três lojas físicas. Agora, estamos migrando para a plataforma digital e elaborando uma sequência de lives que ajude no entretenimento das crianças em casa", entrega Jaciana.

A internet também foi o caminho encontrado por Ana Claudia. "Eu e minha sócia, Tatiane Santos, optamos por estratégias de acolhimento ao público. Buscamos ampliar o engajamento nas redes sociais, selecionando conteúdos com mais foco no lado humano da marca. Entramos em contato com personalidades negras que se destacam no cenário atual em diferentes áreas e fechamos uma agenda de lives. Com isso, conseguimos oferecer entretenimento e conteúdo de qualidade ao nosso público e atrair mais seguidores para conhecer a marca", diz.

 

Você pode gostar
Comentários