Prefeito Washington Reis 
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Prefeito Washington Reis FOTOS Divulgação
Por O Dia
Duque de Caxias - Prefeito pela segunda vez de Duque de Caxias (2005-2008 e 2016-2020), Washington Reis (MDB) afirma nesta entrevista ao O DIA que vai disputar a reeleição na cidade da Baixada Fluminense. Em meio a decisões polêmicas no enfrentamento do novo coronavírus, Reis alega que o município está "fazendo o dever de casa" para superar a pandemia e que conseguiu aumentar a arrecadação em mais R$ 50 milhões por ano, a partir de 2021. Apesar disso, Washington Reis admite que a maior dificuldade é colocar o salário do servidor municipal em dia. 

Prefeito, o país vive uma crise financeira, que afeta estados e municípios. A pandemia veio agravar isso. Nesses três anos e meio de gestão, qual maior desafio enfrentado?
Foi um grande desafio que exigiu da gente um esforço de trabalho de 16, 17 horas diárias, de segunda a domingo, sem trégua, sem férias. Eu assumi a prefeitura com problemas diversos, muito aperto financeiro. Pegamos a prefeitura moída financeiramente, a cidade destruída, esburacada, apagada. Os equipamentos públicos estavam sucateados, a saúde, educação... Não podemos dizer que está 100%, mas, comparando com outras cidades, Caxias vive o melhor momento da história. Hoje, podemos comemorar com garantia de futuro. A nossa DECLAN, que representa os índices do ICMS do município na participação do estado, eu peguei com 8.48, e vem subindo, subindo. Hoje está em 9.36. Para o ano que vem, será 9.95. Tirando três municípios que têm essa base da economia do petróleo, todos despencaram, inclusive a capital.

O que isso significa? Mais verbas para a cidade?
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Por causa das empresas, da desburocratização, da conquista da fábrica da Coca-Cola, da presença de empresas de logística, nós estamos comemorando o melhor número da história da cidade. Estamos garantindo para 2021 novos R$ 50 milhões de arrecadação por ano para a cidade. Estamos atravessando essa crise financeira, essa pandemia, com a cidade funcionando. Se a gente não tivesse coragem de tomar decisão, se fôssemos pautado por aventureiros... Eu só agradeço a Deus por tudo. Estamos com muita segurança, com passos firmes porque Caxias está no rumo certo.

Quando assumiu a prefeitura, em 2017, havia reclamações dos servidores com salários atrasados em quatro meses. Já foi solucionado isso?
Essa é a nossa maior dificuldade. Eu peguei com quatro meses de atraso e estamos atravessando até hoje isso. Nós perdemos mais de R$ 100 milhões com essa pandemia. Surgiu um novo buraco. Estamos superando tudo isso, trabalhando com firmeza. Quem tinha quatro salários atrasados, hoje tem um. Quem tinha quatro meses, hoje tem 20 dias. Só com a educação, eu gastei nesses três meses, com todo mundo em casa, mais de R$ 120 milhões. Se eu falar que está tudo 100% em dia, não é verdade. Mas, também não dá para reclamar, a não ser a oposição, que torceu para o nosso governo falir, se deram mal.
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Maternidade de Santa Cruz da Serra recebe os primeiros nascimentos - Divulgação
Nesses quase quatro anos de governo, a cidade ganhou um Hospital do Olho, uma nova Maternidade, teve a reforma do Hospital Duque, abertura do quarto andar do Hospital Moacyr do Carmo. Várias obras na área da saúde. Foi a prioridade do senhor?
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Tudo avançou bem na nossa cidade. Nada avançou mais do que a autoestima do cidadão, a esperança do nosso povo. Avançou o emprego, obras de infraestrutura, construção do viaduto do Gramacho, que vou entregar este mês, obra de saneamento, iluminação, educação, saúde. Não posso falar que elegemos uma única prioridade. Tudo avançou. A saúde é porque cuida de dor. Quando você está com dor, um ente precisando de socorro, na hora do risco de morte, fica mais no nosso subconsciente que a saúde tem uma bela infraestrutura. Certeza que as coisas estão acontecendo e que vão avançar muito.
A pandemia do novo coronavírus pegou todo mundo de surpresa. O senhor considera que vem fazendo o dever de casa?
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Nós entregamos para a população, em tempo recorde, um novo hospital, que vai ficar para a cidade, quando tudo isso passar. Fizemos um mutirão e o Hospital São José ficou pronto em 42 dias. É um hospital exclusivo com 128 leitos de CTI. Hoje, temos 90 leitos vazios lá. No Moacyr do Carmo (hospital) são mais de 200 leitos vazios. A gente é muito criticado pela mídia do Rio de Janeiro porque não conhece o nosso trabalho de perto. Nós estamos diariamente, de segunda a domingo, fazendo testagem em massa da população. Já foram mais de 100 mil testes feitos. Não vamos parar. Vamos vencer esse vírus. Estamos fazendo sim o nosso dever de casa, garantindo leitos para os pacientes, medicamentos, médico, infraestrutura. Estamos prontos para qualquer desafio.
Rio de Janeiro - RJ - 25/06/2020 - COVID 19 - Coronavirus no Rio - Movimentaçao em Duque de Caxias. Mesmo com a ordem judicial que determina o fechamento do comercio e grande o movimento na regiao com varias lojas abertas - Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia - Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
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O senhor chegou a enfrentar movimentos de início de greve por parte de servidores ligados ao sindicato dos profissionais da educação. Como está essa área na cidade?
Esse pessoal tem número: são meia dúzia de cinco. Essa turma quebrou a cara, ficavam fazendo greve e eu coloquei no lugar deles. Em Duque de Caxias, não existe mais greve. Se fizer greve, eu dou justa causa, coloco no olho da rua, abre inquérito administrativo. Nosso governo tem pulso. Nosso compromisso é com a população, não é com grupo de meia dúzia.

O senhor foi prefeito de Duque de Caxias entre 2005 e 2008. Foi candidato a reeleição e perdeu. O que aconteceu naquele momento?
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A gente ali perdeu para um candidato que ficou oito anos na prefeitura e que a gente ajudou como deputado. Os números ficaram perto, mas alguém tinha que ganhar e outro perder. Naquela gestão, duplicamos a Avenida Presidente Kenedy, fizemos o mergulhão, fizemos o Hospital Moacyr do Carmo... É porque o recall do candidato era grande, naquele momento. Mas depois que a cidade experimentou nosso estilo de governar, eles viraram pó. Na política tem que ter constância. Eu estou indo para o meu décimo mandato. Não é corrida de 100m, é uma maratona de verdade.
Hospital São José, em Caxias, foi reformado em 42 dias e começou ontem a atender casos de covid-19 - Reginaldo Pimenta
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O que mudou no Washington Reis de lá pra cá?
Estou com cabelo branco, mais gordo, cara de mais acabado (risos), mas o espírito público é o mesmo.
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Você será então candidato a reeleição?
Sim. Sou candidato.
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Tem receio da oposição na cidade?
Eles não fazem nada, não têm proposta alguma. São candidatos que só vão encher o saco, mentir, atacar... É igual brigar com bêbado: se você apanha é frouxo. Se bate, é covarde.
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Caso vença a eleição, o que a população pode esperar de um segundo mandato?
Como eu falei, eu peguei a cidade moída, destruída. Se for um governo de continuidade, vou pegar uma cidade mais rica, com recurso. Vou pegar com mais R$ 50 milhões em caixa para investimento. Tem emendas, deputados ajudando, senadores, o presidente da República (Jair Bolsonaro) está comprometido com a gente, o governo do estado. O importante é o network que construímos. Nosso próximo mandato tem a obrigação de ser infinitamente superior a esse que estamos concluindo.