Impacto da pandemia no emprego em 2021 será 'pior que o esperado', diz OIT
Grande divergência é motivada sobretudo por diferenças no ritmo de vacinação contra a covid-19 e no tamanho dos pacotes de estímulo fiscal, aponta ainda a entidade
Impacto da pandemia no emprego em 2021 será pior que o antes calculado, diz OIT - Reprodução de internet
Impacto da pandemia no emprego em 2021 será pior que o antes calculado, diz OITReprodução de internet
Brasília - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) adverte que o impacto da pandemia sobre os mercados de trabalho será "pior que o esperado", com uma recuperação global estacada nessa frente e "disparidades significativas" entre os países ricos e aqueles em desenvolvimento. As conclusões estão no relatório Monitor OIT, publicado nesta quarta-feira (27).
Segundo a entidade, a perda de horas trabalhadas em 2021 por causa da pandemia será "significativamente mais elevada do que o estimado anteriormente", com uma recuperação em duas velocidades entre as nações ricas e em desenvolvimento "ameaçando a economia global como um todo".
A OIT projeta agora que as horas globais trabalhadas neste ano ficarão 4,3% abaixo dos níveis pré-pandemia (a base de comparação é o quarto trimestre de 2019), o equivalente a 125 milhões de empregos com jornada integral. Isso representa uma revisão "dramática" da projeção de queda de 3,5% calculada em junho, ressalta.
O relatório adverte que, sem medidas financeiras e técnicas concretas de apoio, continuará a haver uma "grande divergência" nas tendências entre os países desenvolvidos e os demais. No terceiro trimestre de 2021, as horas totais trabalhadas nos países de renda alta estavam 3,6% abaixo do quarto trimestre de 2019. Em contraste, a queda nas nações de renda baixa ficavam em 5,7% e nos países de renda média-baixa, eram de 7,3%.
Avaliando-se a perspectiva regional, a Europa e a Ásia Central tiveram as menores perdas de horas trabalhadas, em comparação ao nível pré-pandemia (2,5%), seguidas por Ásia e Pacífico (4,6%). África, Américas e Estados árabes mostraram declínios de 5,6%, 5,4% e 6,5%, informa a OIT. A grande divergência é motivada sobretudo por diferenças no ritmo de vacinação contra a covid-19 e no tamanho dos pacotes de estímulo fiscal, aponta ainda a entidade.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.