São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar nesta sexta-feira, 26, o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devido à operação contra empresários acusados de defender um golpe de Estado no País caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições "Daqui a pouco prende um filho meu por fake news. O Carlos é o tempo todo visado", declarou o chefe do Executivo, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.
Candidato à reeleição, Bolsonaro acusou Moraes de tentar prejudicá-lo e disse que o ministro busca poder. "Esse ministro escala o seu delegado da Polícia Federal e ele determina que faça isso ou aquilo. E quando o delegado, por ordem dele, pede para realizar uma busca e apreensão, não é a Polícia Federal. É ele que quer fazer isso daí. É uma interferência buscando atingir seus objetivos, que no meu entender é o poder", disse o presidente da República.
"Você pode ver, o que faltou para prender esses oito empresários agora? Nada", disse Bolsonaro. O chefe do Executivo lembrou do perdão que concedeu ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques à democracia. "Eu não posso arranjar confusão com a minha consciência. Daqui a pouco prendem um filho meu por fake news. O Carlos é visado o tempo todo", disse o presidente, sobre confrontar o Supremo.
Ditadura
Bolsonaro também afirmou que o país caminha para uma ditadura, mas não por causa dele. "Quando se fala em caminho para a ditadura, o Brasil está indo, sim, está caminhando, não com a velocidade que estaria se estivesse o Haddad no meu lugar, mas não é pelo chefe do Executivo", disse. "Geralmente quem conspira e quem se prepara para ficar no Poder é o chefe do Executivo, que tem a tropa na mão. É exatamente ao contrário, é um outro lado. Por quê? A gente não sabe por que essa pessoa age dessa maneira", emendou, em mais uma referência a Moraes.
Na quinta-feira, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro subiu o tom contra o Moares e pediu explicações sobre a operação da PF contra empresários bolsonaristas. "A gente espera aí que o digníssimo Alexandre de Moraes apresente a fundamentação dessa operação o mais rápido possível, porque agora eu estou vendo que a escalada contra a liberdade, aquilo que eu sempre tenho falado, tem se avolumado em cima destes empresários", declarou.
Os alvos da operação foram os empresários Luciano Hang, da Havan; José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, do Barra World Shopping; André Tissot, do Grupo Serra; Meyer Nigri, da Tecnisa; Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii; e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu. Em mensagens num grupo de WhatsApp, reveladas pelo site Metrópoles, eles defenderam um golpe, caso Lula vença Bolsonaro em outubro.
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