Educação: veja como os candidatos ao Governo do Rio prometem tratar do tema Felipe Vieira/CCS PMBM

A educação é sempre um tema-chave nas eleições para o Palácio de Guanabara. Isso não seria diferente em um cenário pós-pandemia, já que, durante mais de um ano, milhares de estudantes precisaram se adaptar ao ensino remoto. Para todas as idades e em todos os níveis, as atividades escolares realizadas por meio de computadores e celulares mostraram sua complexidade, e agora professores e alunos têm que lidar com as consequências desse período. Para os candidatos ao governo, há ainda outro desafio. Segundo pesquisa da Genial/Quaest a educação pública no Rio de Janeiro tem a pior avaliação do país: somente 10% dos entrevistados acreditam que a rede melhorou nos últimos três anos.

Conheça a seguir as propostas dos nove concorrentes ao principal cargo do Poder Executivo fluminense. Os planos dos postulantes incluem reforço escolar, reforma das escolas, retomada dos CIEPs (Centros de Educação Integral nas Comunidades Periféricas do Rio), e expansão das Faetecs, entre outras. Confira a seguir os principais itens.


Cláudio Castro (PL)
Se reeleito, o candidato tem como meta a valorização dos profissionais da educação e o investimento em tecnologia e modernização do ensino. Castro prevê ainda ampliar o programa Novo Ensino Médio e difundir o ensino técnico-profissionalizante. Outras propostas do postulante são: melhorar a infraestrutura escolar e promover uma gestão educacional eficiente, incentivando a saúde e o bem-estar de todos os envolvidos, e expandir a UniverSeeduc, com o objetivo de levar o ensino superior a vários municípios do estado, como Volta Redonda e São Gonçalo.

Cyro Garcia (PSTU)
O candidato defende que 25% do orçamento seja destinado à Educação, conforme determina a Constituição. Ele visa equipar as escolas com laboratórios de ciência e informática, bibliotecas e quadras esportivas, e defende a internet gratuita para estudantes e profissionais da área. Cyro pretende extinguir o novo ensino médio e, no lugar dele, construir uma proposta pedagógica com a contribuição da comunidade escolar. O postulante defende também a estatização da educação, as cotas raciais, a expansão do ensino superior nas diferentes regiões do estado e a anistia da dívida estudantil.

Eduardo Serra (PCB)
A valorização dos profissionais da área, com melhores condições de trabalho, planos de carreira e bons salários são algumas de suas propostas. Serra promete informatizar as escolas, restaurar os prédios e suas instalações, recuperar bibliotecas, criar centros esportivos e de línguas. Também está em seu plano de governo, acabar com a reforma do Ensino Médio e reformular o currículo desta fase escolar com a participação da sociedade. Ampliar a oferta de vagas para o Ensino Médio no turno da noite, expandir as Faetecs e as universidades públicas para diversas áreas do estado são outras de suas propostas.

Juliete Pantoja (UP)
Em seu plano de governo, a candidata tem 15 propostas para a área. Dentre elas, Pantoja defende uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade. Ela pretende garantir o acesso dos estudantes do ensino público às escolas técnicas e universidades estaduais. Outra proposta é acabar com o programa de escolas cívico-militares e desmilitarizar as escolas da rede estadual. A postulante visa expandir as vagas das escolas e universidades públicas, ampliar o ensino integral, e lutar pela criação de um plano de carreira unificado para os profissionais da educação.

Luiz Eugênio Honorato (PCO)
O representante do Partido da Causa Operária defende um ensino público gratuito e de qualidade. Não há, no entanto, propostas específicas para as atribuições do estado, como os colégios de aplicação das universidades estaduais, Faetecs e ensino médio. O programa fala em “revogação de todas as ‘reformas’ do regime golpista contra a educação e o ensino público“ e em destinar recursos advindos do petróleo para Saúde e Educação. O plano de governo menciona ainda acabar com o vestibular. O estado do Rio possui três universidades públicas: Uerj, Uenf e Uezo.

Marcelo Freixo (PSB)
O candidato pretende oferecer reforço escolar para recuperar a defasagem no aprendizado provocado pela pandemia e também trabalhar para reverter a evasão dos alunos. Se eleito, Freixo quer estimular a alfabetização na idade certa e oferecer educação integral aos alunos do ensino público. Para isto, o ex-deputado federal quer reestruturar os Cieps e investir em cultura e esporte. Outra medida é desenvolver um sistema para acompanhar e avaliar o desempenho dos estudantes e escolas. Aumentar o número de vagas na creche e pré-escola também estão nos planos do candidato.

Paulo Ganime (Novo)
Em seu governo, os pilares para a área são: formação de jovens e escolas em período integral, além de fazer com que o estado esteja entre os primeiros colocados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). O acompanhamento do retorno às aulas presenciais e o combate à evasão escolar também estão entre as propostas de Ganime. O postulante quer instituir o novo Ensino Médio e aumentar a oferta de ensino técnico-profissionalizante. Com o objetivo de melhorar a qualidade dos professores e gestores, Ganime visa focar na formação desses profissionais.

Rodrigo Neves (PDT)
Em seu programa de governo, o ex-prefeito de Niterói defende a implementação de “ensino integral com educação de qualidade”, aliado ao investimento em tecnologia. Ele faz um aceno a uma das principais bandeiras pedetistas, prometendo a reabertura de todos os Cieps, criados por Leonel Brizola. A recuperação da aprendizagem, defasada pela pandemia, também está nos planos do candidato, que ainda prevê aumentar as vagas para a educação infantil e criar um “modelo educacional no ensino médio” com foco para o mercado de trabalho.

Wilson Witzel (PMB)
Dentre as várias propostas para a “educação, ciência e tecnologia”, o candidato tem por objetivo criar um projeto pedagógico fundamentado na nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ampliar a oferta de escolas de ensino médio em tempo integral. O investimento em infraestrutura e tecnologia, como também em segurança para os alunos e profissionais da educação, dentro e fora da sala de aula, são outras medidas que Witzel pretende implementar. O candidato visa, ainda, aumentar o acesso ao programa EJA (Educação de Jovens e Adultos), focando na “qualificação profissional” desses alunos.