Com camisetas verde-amarelas, bandeiras do Brasil e gritos de "mito", apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, começam a chegar à Esplanada dos Ministérios para o desfile cívico-militar em comemoração aos 200 anos da Independência do País. Há esquema de revista policial. O trio elétrico preparado para o discurso do chefe do Executivo, após o desfile, está instalado em frente ao Congresso Nacional, próximo a tanques de guerra.
O início do evento para marcar o Bicentenário da Independência está previsto para as 9 horas da manhã. Bolsonaro deve estar isolado, já que presidentes de outros poderes decidiram não comparecer à cerimônia devido ao receio de terem suas imagens associadas a um ato político às vésperas da eleição.
No ano passado, Bolsonaro usou o 7 de setembro para ampliar a ofensiva sobre o Supremo Tribunal Federal (STF). Neste ano eleitoral, quer capitalizar politicamente sobre a data para mostrar força.
A abertura da Esplanada se dá em meio a uma queda de braço entre o governo federal, que pressiona pela liberação de caminhões, e o comando do Distrito Federal, que vetou a entrada de veículos não autorizados. Até o momento, não há relatos de descumprimento da medida nesta quarta-feira, como aconteceu na terça.
Na noite da segunda-feira, 5, um grupo de caminhoneiros tentou furar o bloqueio na região, o que levou ao fechamento preventivo do acesso à Esplanada. No ano passado, a área foi invadida por caminhões na noite anterior ao 7 de setembro, o que gerou temor de invasão do prédio do Supremo.
À meia-noite da terça, apoiadores do Executivo acompanharam queima de fogos nas proximidades da Torre de TV de Brasília.
Após o desfile e o discurso nesta quarta, Bolsonaro viajará ao Rio de Janeiro para participar de um ato político na Avenida Atlântica, em Copacabana, com apresentações das Forças Armadas. Na orla carioca, é esperado um pronunciamento ainda mais inflamado do que em Brasília.
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