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Advogado, radialista e professor, o mineiro de BH Alessandro Molon é mestre em História pela UFF e doutor em Direito Público na UERJ. Foi líder da Oposição na Câmara nos anos de 2019 e 2021 e também líder do PSB em 2020. Durante a pandemia, apresentou um conjunto de 25 medidas de combate à crise, das quais 13 foram adotadas. Além de ter relatado o Marco Civil da internet na Câmara, é o autor da Lei 13.880/19, pela qual agressores enquadrados na Lei Maria da Penha tenham armas de fogo apreendidas. Disputou, sem sucesso, a Prefeitura do Rio em 2008 e 2017.

Para Alessandro Molon, "Romário como senador, foi um bom jogador de futebol". Confira esse e outros pontos a seguir na entrevista exclusiva dada pelo candidato ao Jornal O Dia.

Caso o senhor seja eleito senador e o candidato Lula vença para presidente. O senhor acha que sua disputa durante a campanha eleitoral com André Ceciliano pode dificultar a relação entre os dois partidos?
O presidente Lula será eleito. Eu não trabalho com outra hipótese. E nada influenciará. O que ficou da eleição é passado e eu não trabalho com passado. Bola para frente!

O senhor foi acusado de ter mantido a candidatura por vaidade. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
Minha candidatura está na frente nas pesquisas eleitorais de muitos candidatos, eu tenho quatro partidos me apoiando….Eu quero tirar o Romário de lá, isso que importa! Não tem essa de vaidade não.

Qual é a questão mais urgente para o Rio de Janeiro nesse momento?
A fome é a maior urgência de quem mora no Rio. Nós temos quase três milhões de pessoas que não conseguem se alimentar adequadamente. Não param de aparecer cenas em nosso estado de pessoas revirando caminhões, buscando ossos, pelanca, alimentos para sobreviver. Essa é uma situação muito dramática e a mais urgente. Isso não quer dizer que não existam outras questões importantes como os desafios da educação, da saúde e da segurança pública.

Há anos o Estado do Rio vem perdendo investimentos. O que o senhor, se for eleito como senador, pode fazer para ajudar a reverter esse quadro?
Um dos papéis mais importantes como senador é a luta para trazer recursos, investimentos, projetos e oportunidades para o nosso estado e eu vou fazer isso com total empenho. Já provei ser um excelente defensor do Rio de Janeiro quando consegui, no Supremo Tribunal Federal, uma liminar que impediu que os nossos royalties fossem retirados. Ou seja, tenho experiência e estou acostumado a lutar pelo Rio em Brasília.

Em que situações o senhor acha que a composição atual do Senado pecou na defesa dos interesses dos fluminenses? Como Molon pretende se diferenciar dos nossos atuais representantes?
Primeiramente, qual foi o projeto, o investimento, a oportunidade que foi trazido para o Rio de Janeiro, por algum dos nossos senadores? O que o Romário fez pelo Rio? Quem se lembra de alguma coisa que ele trouxe? Nada!
E além disso, que já é grave suficiente, o Romário se omitiu na CPI da Covid-19. Em vez de estar lutando para trazer vacinas para o povo do nosso estado, ele fugiu, se escondeu e não trabalhou como deveria para garantir a vacina. Isso é inaceitável! Então, eu como Senador, vou fazer o contrário disso.
A vida inteira eu sempre me dispus, sempre tive posições claras, sempre fui para a linha de frente, para a luta, em defesa do povo do meu estado e é exatamente o que vou fazer como Senador. Ao contrário do que Romário fez. Romário se omitiu e eu posso dizer que ele como senador, foi um bom jogador de futebol.
Qual é a sua sobre as emendas RP-9, que ficaram conhecidas como "orçamento secreto"?
São um escândalo! É um absurdo completo. Isso tem servido para o desvio de dinheiro público, dinheiro esse que deixa de chegar nas escolas, nos hospitais, na segurança do nosso povo e vai parar no bolso de políticos inescrupulosos. A minha vida inteira eu combati a corrupção, essa é uma das minhas principais marcas e eu vou continuar lutando contra a corrupção como senador. O orçamento secreto dá margem à corrupção e por isso quero lutar para acabar com essa vergonha. Eu que fui um dos que mais denunciaram isso na Câmara Alta.

Em defesa da sua candidatura, por que acha que os eleitores deveriam escolher o senhor?
Eu tenho 20 anos de vida pública sem corrupção, sem escândalo. A minha vida inteira eu combati a corrupção. Fui eleito cinco vezes o melhor deputado federal, sou professor e, se eleito, vou trazer ainda mais recursos para o Rio como senador! Essa vai ser uma das minhas principais lutas lá. Por quê? Porque com esses investimentos nós vamos gerar emprego e renda para as pessoas. A população do Rio de Janeiro quer poder trabalhar e sustentar suas famílias e não estão encontrando oportunidades. Quero trazer investimentos para cá, para criar essas oportunidades.
Eu sou professor e sempre destinei recursos para educação, essa é uma bandeira importante que vou levar para o Senado também. Foi a educação que me trouxe para a política e eu quero está no Senado para garantir que haja atividades para os alunos das nossas escolas públicas, fora do horário escolar.
Às vezes a criança estuda de manhã e, com os pais trabalhando, ela fica solta, a família fica com medo de onde vai parar o filho. Eu quero garantir recursos para que todas as famílias do nosso estado tenham a certeza de que, enquanto estiverem trabalhando para ganhar o sustento da sua casa, o seu filho vai estar protegido, fazendo atividades no contraturno. Desta forma, as famílias ficam tranquilas, as crianças seguras e com sua inteligência escolar. Eu fiz emenda para educação, saúde, inclusão digital, para cidadania, por exemplo, para conselhos tutelares, proteção de criança e adolescente. Destinei emendas para muitas áreas. Ao longo desses 12 anos como deputado federal, destinei emendas para todos os municípios do Rio de Janeiro. Todos! Não houve um único que não tenha recebido destinação de verbas minhas. Não cuidei apenas de um município, esquecendo outros: sempre estive atento às necessidades de todos.