São Paulo - A candidata a deputada federal pelo MDB Gabriela Manssur, ex-promotora de Justiça e membro do grupo Justiceiras, foi alvo de ataques cibernéticos neste domingo, 25. Além de ameaças, ela teve seus dados pessoais vazados. A suspeita da emedebista é de que as mensagens recebidas por ela e por membros de suas equipes teriam sido articuladas por um "chan", nome dado a fóruns da deep web nos quais se veiculam discursos de ódio contra minorias políticas, como mulheres, negros e pessoas LGBT+.
De acordo com um vídeo que a candidata publicou nas suas redes sociais, na noite do domingo ela soube que ameaças estavam sendo direcionadas a ela e a membros da sua equipe. De acordo com a sua assessoria, Manssur teve sua conta do Instagram invadida, mas nesta segunda, 26, ela já havia recuperado o acesso.
"As palavras dirigidas à minha pessoa na ameaça que recebi vão desde 'vagabunda, merda, vadia, porca, pessoa mais perigosa do mundo', referindo-se à minha atuação como um 'estrago muito maior do que fazem os negros, macacos e travecos na política'", afirma a ex-promotora. Na tarde desta segunda-feira, ela formaliza denúncia perante a Polícia Federal, que poderá abrir inquérito para apurar o caso. A assessoria jurídica da candidata foi acionada e deverá levar as ameaças a conhecimento da justiça eleitoral.
Um perfil do Twitter denominado "Aegis", que se descreve como um "grupo criado para expor e denunciar cibercriminosos", divulgou prints de um fórum da deepweb chamado "RCHAN", que teria divulgado, em agosto deste ano, mensagens incitando ações violentas contra a candidata.
Na mensagem, Manssur é chamada de "militante feminista misândrica radical" e o autor convoca seus leitores a participar de algum tipo de ação contra ela: "quem quiser entrar nessa contra a vagaba, seguem os dados". O texto afirma que a candidata seria uma inimiga do masculinismo — uma corrente de pensamento que crê que os homens estão sofrendo opressões e precisam se articular pelo resgate de posições de poder que foram perdidas nos últimos anos.
Na continuação da mensagem, cibercriminosos disponibilizam um link com dados pessoais da candidata e o autor do texto afirma que já a conheceu pessoalmente.
De acordo com Manssur, "estamos diante de um crime não só contra mim, mas contra a democracia e os direitos das mulheres. Quando me atacam, não é só sobre mim. O objetivo é impedir o avanço dos direitos das mulheres, o alvo somos todas nós, mulheres brasileiras".
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