Rio - Derrotado na briga pelo Governo do Rio, o agora ex-candidato Marcelo Freixo (PDT) falou em lição aprendida e em foco na campanha de Lula para a presidência no segundo turno. Freixo terminou as eleições deste domingo (2) com 2.2 milhões de votos, que representam 27,7% do total apurado em todo o Rio, enquanto Castro anotou mais de 58%.
Durante coletiva, Freixo foi categórico quanto as pesquisas eleitorais, que indicaram um segundo turno com Cláudio Castro. Segundo o ex-candidato, o erro foi de todos.
"Não foram só os institutos de pesquisa que erraram. Todos nós deixamos de enxergar um Brasil que jurávamos que não se repetiria 2018. Em partes, esse 2018 não foi igual, mas repetido. Deixamos de enxergar um Brasil. Nenhum de nós imaginava que um projeto de extrema direita tivesse tanta força assim no país. Claro que os institutos erraram, mas todos os partidos, nossos sentimentos, nós erramos. É uma grande lição. A vida não é uma novela", disse o ex-candidato.
Freixo afirmou que o projeto montado abrigava não somente uma aliança entre partidos, mas com todos os setores da sociedade. Para o ex-candidato, o projeto merecia um segundo turno, que culpou polarização gerada durante as eleições pela definição.
"Chegamos a quase 28%, mais de 2 milhões de votos, em qualquer outro cenário, em outros anos, esse número nós levaríamos para o segundo turno. Mas foi uma votação que polarizou de tal forma no primeiro turno que acabou antecipando um perfil de segundo no primeiro. O Rio merecia um segundo turno para aprofundar esse debate", disse.
Após a derrota, Freixo afirmou que fez questão de ligar para Castro o parabenizando pelo resultado das eleições. "Já liguei para o Castro, parabenizei ele. Torço pelo Rio. Jamais torceria contra".
De acordo com o ex-candidato, é preciso agora focar em uma frente ampla para fazer com que o presidente Lula consiga vencer Bolsonaro no segundo turno. Questionado sobre um possível cargo num eventual governo Lula, Freixo desconversou e apenas falou em foco na vitória do petista no segundo turno.
"Precisamos fazer o Lula vencer nessa eleição pelo bem da democracia, pelo bem da constituição de 88. É o que a gente tem que fazer a partir de hoje. Trabalhar bastante para o Lula ser reeleito", disse.
Freixo também comentou sobre sua segurança para o ano que vem, já que não terá mais a escolta armada garantida pelo cargo de deputado federal. "A gente disputa uma eleição para vencer. Não fazemos campanha pensando em não vencer. Nunca fui uma pessoa inconsequente, descuidada, então evidente que tem que ter atenção a essa questão. Mas vamos pensar nisso depois, agora o foco é em ganhar a eleição com o Lula", disse.
Ao final da coletiva, o ex-candidato dedicou um momento da coletiva para agradecer sua equipe, principalmente ao seu vice na chapa, Cesar Maia, durante sua fala. "Cumpriu seu papel. Um gesto de amor ao Rio", disse.
"Eu só tenho a agradecer a cada um da militância e da equipe. Mais do que a campanha, desenvolvemos um projeto para o Rio", lamentou.
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