Eleitorado mais jovem e apoiadores de Lula também são mais temerosos (43% nos dois casos)Tomaz Silva/Agência Brasil

Pouco mais de um terço (34%) dos eleitores tem "muito medo" de serem vítimas de atos de violência no segundo turno das eleições, que acontece no próximo dia 30, segundo a pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 8. Outros 29% relatam ter "um pouco de medo". Já 35% dos entrevistados dizem não temer a violência e 1% preferiu não opinar.

A votação entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu 48,4% dos votos válidos, e Jair Bolsonaro (PL), 43,2%, foi precedida de diversos atos violentos, que não têm perspectiva para serem reduzidos no 2º turno. Com isso, o medo cresce entre as mulheres. As que têm muito medo são 43%, ante 24% dos homens.
Eleitores mais jovens e apoiadores de Lula também são os mais temerosos (43% nos dois casos). Já em relação aos de Bolsonaro, esse índice cai para 23%. Entre os que declararam voto no petista, 29% não têm medo. O percentual entre bolsonaristas é de 45%.

Por região, o Nordeste é o que demonstra ter mais medo de violência (41%). Reduto eleitoral petista, a região registrou 67% dos votos válidos em Lula, mas nordestinos vêm sofrendo ataques nas redes após o número expressivo.
"Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo. Você sabe quais são esses estados? No nosso Nordeste", disse Bolsonaro na quarta-feira, 5. O petista rebateu a declaração dizendo: "quem tem uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse sujeito".

No Centro-Oeste, berço do agronegócio e de maioria bolsonarista, 38% dos eleitores relataram ter muito medo de algum conflito violento. Nas demais regiões, os índices são de 33% no Sudeste, 27% no Norte e 26% no Sul. Entre os votantes de cidades metropolitanas, 38% relatam medo de conflitos. Já nos que residem em cidades do interior, 31%.

O instituto ouviu 2.884 eleitores em 179 municípios, num levantamento contratado pela Folha e pela TV Globo e registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-02012/2022.