Padre Zezinho se retira das redes sociais após desabafo contra ataques políticos à Igreja Católica
'Cansei de abrir espaço para católicos super politizados, irados e insatisfeitos com nossa Igreja. Estou me retirando até dia 31', escreveu o religioso
Padre Zezinho se retira das redes sociais após ataques políticos contra Igreja Católica - Reprodução
Padre Zezinho se retira das redes sociais após ataques políticos contra Igreja CatólicaReprodução
Rio - Padre Zezinho, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, fez um desabafo e se retirou das redes sociais após ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Igreja Católica na última quarta-feira (12), quando foi celebrado o dia de Nossa Senhora da Aparecida. O religioso afirmou que vai ficar sem se pronunciar no ambiente digital até o fim do segundo turno das eleições para presidência.
Em texto no Facebook, o padre explicou que a decisão foi tomada depois das ofensas feitas contra ele, os bispos e o papa em atos políticos durante a festividade religiosa. "Cansei de abrir espaço para católicos super politizados, irados e insatisfeitos com nossa Igreja. Estou me retirando até dia 31", escreveu.
O religioso, que é considerado precursor da linha de padres cantores, como Marcelo Rossi e Fábio de Melo, desabafou sobre sua história. "Meus 81 anos, meus 56 anos de padre, meus 102 livros, minha cultura religiosa, minhas mais de 2 mil canções nada dizem para eles. Insistem que não lhes sirvo mais como padre e pregador para eles", disse.
De acordo com Padre Zezinho, quem ajuda a dialogar com a Bíblia na mão é visto como padre inútil, ateu, comunista ou ultrapassado. Além disso, criticou a idolatria de políticos. "Acharam candidatos mais católicos do que Papas e bispos, cujos documentos nunca leram. A Bíblia nada lhes diz. Só conhecem as passagens políticas que ajudem o seu partido. Padre bom é o que vota como eles", afirmou.
O religioso explicou ainda que após as eleições, voltará a conversar com os católicos serenos que ainda querem catequese espiritual, social e comportamental, porque os outros, segundo ele, já tomaram uma decisão. "Querem um Brasil direitista ou esquerdista, porque está claro que não aceitam nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e ecumênico", finalizou.
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