Da esquerda para a direita: Edmilson Freire da Silva, Jorge Guaranho e Rafael Silva de Oliveira, presos por assassinatos por motivação política Reprodução

São Paulo - A crescente onda de violência política e eleitoral marcaram os últimos meses que antecederam o primeiro turno das eleições. O clima de hostilidade fez com que, em 2022, um caso fosse registrado a cada 26 horas no país. Desde 2019, uma pessoa é vítima de violência política a cada dois dias no Brasil, segundo um estudo divulgado pelas organizações não governamentais de direitos humanos Justiça Global e Terra de Direitos.
O levantamento analisou o período entre dois de setembro de 2020 e dois de outubro de 2022 — nesse tempo foram mapeados 523 casos de violência política — dentre as vítimas, 482 estão entre representantes de cargos eletivos, candidatos, pré-candidatos e agentes políticos.
O mapeamento constatou, nos último dois anos, 54 assassinatos, 109 atentados, 151 ameaças, 94 agressões, 104 ofensas, seis casos de criminalização e cinco de invasão. Entre 1º de agosto e 2 de outubro de 2022 — período de início da campanha eleitoral até o primeiro turno — 121 casos de violência política foram registrados contra agentes políticos, praticamente, dois casos por dia. Dentre os partidos que mais sofreram com a hostilidade destacam-se os de esquerda. O Partido dos Trabalhadores lidera o ranking seguido do PSOL.
O estudo, que dá sequência a um levantamento iniciado em 2020, analisa os episódios de violência política desde 2016. De acordo com os dados — obtidos através da sequência do monitoramento — obeservou-se que neste ano o número de casos de violência política e eleitoral aumentaram mais de 400% se comparado a 2018, ano da última eleição presidencial.