A declaração da senadora eleita Damares Alves (Republicanos) preocupa a equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL). O temor é que o assunto “fure a bolha” e prejudique a campanha do chefe do executivo federal. Durante um culto na Assembleia de Deus , a ex-ministra disse que crianças do Marajó são traficadas para o exterior e submetidas a mutilações corporais.
O caso repercutiu nos veículos de comunicação e chamou a atenção da justiça. O Ministério Público Federal deu três dias para que a senadora eleita dê explicações sobre o fato. E é neste ponto que o QG bolsonarista está preocupado com a situação.
O primeiro ponto é que, caso Damares tenha mentido, aumentará as acusações de fake news. Para piorar, a declaração ocorreu em um culto evangélico, ou seja, a ex-ministra teria mentido para fiéis com o objetivo de apenas manipulá-los.
“Todo mundo entenderia desta forma. Se ela não tiver nenhuma prova, ficará escancarado que a ministra é mentirosa. Isso não vai pegar bem na campanha do presidente. Aí vai sobrar pra gente resolver o problema, como tem sido, né?”, reclama um membro do Centrão que apoia Bolsonaro.
Porém, caso Damares comprove o episódio, ela será acusada de prevaricação, o que apontará pouca preocupação do governo para resolver o problema. “Se tiver provas, a pergunta natural é: por que ela não levou tudo para a polícia? O presidente só tem a perder com toda essa história”, lamenta o aliado.
Aliados dos bolsonaristas apostam que a ex-ministra mentiu e não tem nenhuma prova. “Todos têm a sensação que ela gosta de criar algumas histórias. Talvez para promover narrativas, né? Só que tudo precisa de cuidado. Narrativa com a verdade é uma coisa, narrativa com mentira é outra”, comenta.
O Centrão que apoia Bolsonaro conversou com integrantes da campanha e perguntou qual o impacto do caso nas eleições 2022. Na avaliação do QG bolsonarista, até o momento o episódio tem apenas repercutido em um grupo pequeno de pessoas. No entanto, eles seguirão acompanhando o caso.
Toda essa polêmica ocorre porque Damares afirmou, sem apresentar provas, que crianças do Marajó estão sendo traficadas para outros países e sendo submetidas a mutilações corporais. Tudo isso é supostamente feito para que ocorrera abuso sexual com maior facilidade.
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