Bolsonaro se preocupa com a reação dos ministros do STFSergio Lima/AFP

O presidente Jair Bolsonaro (PL) está preocupado com alguns ministros do Supremo Tribunal Federal . Disputando à reeleição, o chefe do executivo federal acredita que magistrados do STF não aceitarão passivamente as últimas falas feitas por ele e também pelo vice Hamilton Mourão (Republicanos).
Segundo apurou o Portal iG, Bolsonaro pediu para auxiliares procurarem ministros que possuem boa relação com o Planalto para sentir a temperatura da Corte. O recado dado por alguns juízes é que pegou muito mal a ideia de aumentar o número de magistrados no STF.
“Eles entenderam que há uma tentativa de ‘venezuelar’. Mas os ministros não estão preocupados. Esse é o aviso. Todos seguirão trabalhando normalmente, agindo como acreditam que devem agir, tomando decisões em cima da Constituição e não temendo a classe política”, diz um dos aliados do presidente da República.
Ao escutar o recado dado, Bolsonaro se reuniu com alguns ministros e escutou que necessita diminuir o tom contra o Supremo durante as eleições 2022 . “O conselho foi dado. Ele seguirá? Não sabemos. Mas os outros, como o Mourão, vão baixar a temperatura. O momento é falar do nosso plano de governo”, explica uns dos coordenadores da campanha.

O chefe do executivo federal se comprometeu a evitar a atacar o Supremo. Porém, ressaltou que sua personalidade é explosiva e não consegue ficar calado quando sente que é injustiçado por algum ministro.
“Quando ele está no cercadinho, até consegue se segurar. O problema está nas lives e nos comícios. Ele vai se empolgando e vai falando sem pensar. Quando viu, já falou tudo que pensou. Nós meio que não acreditamos mais que o presidente vai baixar a temperatura. Nosso trabalho é conter danos e ir controlando a situação”, comenta o coordenador.
O pedido da campanha é que Bolsonaro evite criticar o Supremo durante as eleições para não prejudicá-lo. Porém, todos têm a consciência que o plano bolsonarista é enfrentar o STF caso o chefe do executivo federal consiga ser reeleito no próximo dia 30.

“Temos a maioria no Congresso. Bolsonaro eleito, é o povo autorizando que mudanças sejam feitas. Não tem nada de golpe como a imprensa vem dizendo por aí”, explica o aliado.