O candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) recuou de retirar as câmeras acopladas nos uniformes de policiais militares no estado e disse que deve avaliar a efetividade do equipamento se eleito. A declaração contradiz as falas já dadas pelo candidato sobre o tema.
Em um evento de comemoração aos 52 anos da Ronda Ostensiva Tobias Aguiar (ROTA), nesta sexta-feira (14), Freitas afirmou que conversará com especialistas para saber qual o resultado obtido após a implementação das câmaras nos policiais. Segundo o ex-ministro de Jair Bolsonaro, a política poderá ser aperfeiçoada, mas voltou a prometer a retirada do equipamento a criminalidade crescer.
"Considero que hoje a câmera inibe o policial, acho que ela tem atrapalhado a produtividade. Mas isso é uma percepção. Caso eleito, vou chamar as forças de segurança, avaliar do ponto de vista técnico a efetividade e aperfeiçoamento das políticas públicas", afirmou.
"Não existe política pública que não possa ser reanalisada, que não possa sofrer melhorias. Ou a gente reavaliando que isso está atrapalhando de maneira importante a produtividade, retirar. Mas isso é uma coisa que a gente vai discutir em conjunto com especialistas", concluiu.
Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), obtidos pelo UOL, mostram que a quantidade de mortes cometidas por policiais militares caiu em 19 batalhões do estado.
As falas dadas nesta sexta contradizem as declarações já dadas por Tarcísio de Freitas nas últimas semanas. Na última sexta-feira (7), o candidato do Republicanos tinha dito, em entrevista à Jovem Pan, que as câmeras favorecem os bandidos e não os policiais.
"[O policial] tem que perceber que o Estado está do lado dele, é por isso que eu tive uma postura muito crítica com relação às câmeras. O que representa a câmera? É uma situação de deixar o policial em desvantagem em relação ao bandido", afirmou.
No debate na TV Bandeirantes, realizado na última segunda-feira (10), Freitas reafirmou que a retirada das câmeras dos uniformes de policiais será a primeira medida que tomará se eleito.
"Com relação à política de câmeras, nós não podemos ter o bandido em vantagem em relação ao policial, então tirar a câmera é uma coisa já simbólica, é um recado aos criminosos. Estou preocupado com a segurança do cidadão e a câmera não reestabeleceu a segurança", disse Tarcísio.
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