No 1º turno das eleições, Lula ficou em primeiro lugar, com 48,4% dos votos, o que totaliza 57.259.504 de pessoas. Já Bolsonaro, teve 43,2% do eleitorado a seu favor, acumulando 51.072.345 votos.
Sobre o debate, o jornal americano "The Washington Post" chamou atenção para as vezes em que um chamou o outro de mentiroso. "O termo foi usado mais de uma dezena de vezes por cada um dos candidatos no debate da TV Band que, aliás, foi menos agressivo do que muitos analistas esperavam", apontou. "Você é um mentiroso. Você mente todos os dias", dizia Lula durante a conversa. Bolsonaro afirmava: "Você não pode vir aqui contar essas mentiras às pessoas".
O periódico britânico "The Guardian" destacou o favoritismo de Lula nas eleições, porém apontou que Bolsonaro teve uma boa atuação na conversa. "Lula ainda é o favorito para vencer, mas o desempenho melhor do que o esperado de Bolsonaro significa que a eleição provavelmente continuará difícil até que os resultados sejam anunciados", escreveu.
Para o diário espanhol "El País", ninguém se destacou. "Lula e Bolsonaro chocam um primeiro cara a cara sem vencedor claro", diz a manchete. O jornal apontou que o "tom" foi "relativamente respeitoso entre os dois em meio a uma campanha eleitoral virulenta e marcada por acusações de alto calibre". "Nenhum deles cometeu erros graves ou conseguiu prevalecer. O pagamento de 600 reais para os mais pobres, o atraso na compra de vacinas e os escândalos de corrupção têm sido os principais temas abordados", explica a matéria.
O jornal "Clarín", da Argentina, deu destaque aos escândalos de corrupção e má gestão da pandemia, citados pelos candidatos. "Uma forte estratégia do ex-presidente, por outro lado, foi expor a má gestão do presidente durante a fase inicial da pandemia de covid-19, em 2020. Lula lembrou que o país tem 3% da população mundial e tem, até o momento, , 11% das mortes", disse o "Clarín", que apontou que "a ausência de propostas era evidente" e afirmou que "seria difícil mudar o critério dos eleitores".
Para o outro argentino, "La Nación", Lula foi o vencedor "porque conseguiu manter o presidente Jair Bolsonaro na defensiva durante quase todo o bloco sobre a pandemia. Mas não havia defesa possível contra a declaração contundente de Lula". "O presidente em exercício conseguiu piorar ainda mais sua situação porque afirmou recentemente que crianças não morrem de Covid. Mas Lula refutou a informação ontem ao dar um número de 2.000 mortes de crianças no país", apontou o "La Nación". O jornal declarou que "Bolsonaro se fortaleceu quando levantou a questão da corrupção, mas a verdade é que a presença de Sergio Moro entre seus assessores encorajou a tese de defesa do PT de que ele foi julgado por um juiz tendencioso cujo único objetivo era persegui-lo e ajudar o atual presidente".
O periódico disse ainda que "o pior erro de Lula foi a má gestão do tempo e deixar o presidente brasileiro falar por cinco minutos no final do terceiro bloco" e "Bolsonaro cometeu o erro de dizer que Lula foi ao Salgueiro e se cercou de bandidos, quando na verdade foi ao Complexo do Alemão e se cercou de pessoas da comunidade, algo que ofendeu os moradores das favelas". A matéria argentina finaliza afirmando: "quem tinha que ganhar? Bolsonaro, que está atrás nas pesquisas. E ele não ganhou".
Na França, o "Le Monde" se referiu ao debate como uma "luta de titãs", que era "esperada há meses, como uma luta de boxe". Para ele, "apesar de algumas trocas duras, e um formato muito teatral, permitindo que os dois candidatos andassem no palco e se aproximassem, o clima permaneceu bastante cortês", que definiu o confronto como "equilibrado" e "sem vencedor".
O "Deutsche Welle", jornal alemão, disse que Bolsonaro investiu "em ataques e evocou teorias conspiratórias". O periódico concordou que "o clima foi mais calmo do que no último debate do primeiro turno", mas também chamou atenção às declarações do presidente em relação a ida do candidato petista ao Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. "Bolsonaro tentou falsamente associar Lula ao crime organizado", escreveu.
Segundo a última pesquisa do Datafolha, Lula mantém uma vantagem de seis pontos sobre Bolsonaro nas intenções de votos válidos.
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