Ex presidente Luis Inácio Lula da Silva faz caminhada em campanha presidencial em São Gonçalo.Pedro Ivo/ Agência O Dia

Em busca de melhorar o desempenho eleitoral no Estado, o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou no início da tarde desta quinta-feira, 20, de uma caminhada em São Gonçalo — município onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) superou o petista no primeiro turno. Na companhia da esposa Janja, do ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT), dos deputados federais Marcelo Freixo (PSB) e Jandira Feghali (PCdoB) e do presidente da Alerj, deputado estadual André Ceciliano (PT), Lula fez um discurso marcado por pesadas críticas ao seu adversário e à política econômica do governo federal.
Com um público menor do que o registrado em outros atos de campanha no estado, o candidato buscou passar a mensagem de esperança e de certeza na vitória. O candidato pediu que a militância do PT e apoiadores busquem convencer os indecisos, "Eu nunca vi na história desde pais um candidato gastar 10% do orçamento e utilizar a máquina pública como ele está fazendo. Precisamos provar que o dinheiro não compra o nosso voto", disse Lula.
As medidas sociais adotadas pelo governo federal no período eleitoral também foram alvo de críticas de Lula. Segundo o petista, o aumento do Auxílio Brasil, o bolsa caminhoneiro e a redução dos preços dos combustíveis foram iniciativas implementadas “para comprar a consciência do povo”.
"Tudo o que for depositado na conta de vocês, peguem. E, quando chegar no dia 30, votem no 13", sugeriu o petista.
Com relação à situação econômica do Rio de Janeiro, Lula condenou a paralisação das obras do polo petroquímico de Itaboraí e o seu sucateamento. “Vou recuperar a Petrobras. Os estaleiros do Rio de Janeiro vão voltar a produzir navios”, prometeu.
O petista disse que pretende se reunir com todos os governadores e discutir as prioridades de cada estado nos campos da geração de empregos e desenvolvimento econômico. A mesma estratégia será aplicada com os prefeitos.
“A nossa volta à presidência da República é para fazer um esforço muito grande para gerar empregos. A gente vai acabar com o fome no país, para que o povo volte a tomar café, almoçar e jantar. Vamos fazer a regulamentação da lei para que mulheres e homens que façam o mesma função ganhem a mesmo salário”, destacou, salientando que em seu governo o salário-mínimo terá aumento real anualmente.
Mas o discurso de Lula não se restringiu apenas às críticas a Bolsonaro. O petista, que é corintiano, brincou com a derrota do seu time para o Flamengo na decisão da Copa do Brasil, na noite de quarta-feira, 19. “Só não estou mais triste porque a Janja é flamenguista”, comentou.
Além do comentário sobre o título do Flamengo, Lula fez uma cobrança bem-humorada à militância petista: “Eu venho ao Rio desde 1975 e nunca me convidam para ir à praia, só para fazer comício. Continuo esperando o convite para aproveitar as praias.”
Durante o comício, uma fala polêmica de Marcelo Freixo, candidato derrotado ao governo do Estado, chamou a atenção. Ele associou Bolsonaro ao crime organizado.
“A gente está aqui para ganhar a eleição, gerar empregos para que o povo possa trabalhar. A única coisa que o nosso adversário faz é mentir. Esse país não precisa de mentira, não precisa de fake news, precisa é de educação. Ele só quer vender armas para o narcotráfico, e nós não precisamos de armas, nós precisamos de livros.”
Entre os participantes da caminhada, o clima era de torcida pela vitória do candidato petista. A analista Pâmela Gonçalves, de 29 anos, acredita que o país possa melhorar com a eleição de Lula. “O Brasil não pode ficar desse jeito. Tem que botar alguém mais responsável, com mais experiência na política. Por isso eu vou votar no Lula”, comentou.
Já a aposentada Sandra Regina de Miranda da Silva, de 71 anos, conseguiu falar com Lula e entregar uma carta com um pedido. “Há mais de 5 anos esperando por uma operação de catarata no SUS. Sou eleitora dele e espero conseguir fazer a minha operação, caso Lula seja eleito”, explicou.