Lira se reuniu recentemente com a bancada do partido e foi aplaudido depois de defender o orçamento secretoDivulgação/DEM
Apesar de aliada ao presidente da Câmara, Arthur Lira, a legenda condiciona o apoio à sua reeleição, em fevereiro, a um acordo para manter o comando da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O trato tem o objetivo de dar continuidade ao crescimento do partido, fruto da fusão do DEM com o PSL.
No dia 19, Lira se reuniu com a bancada do União Brasil e foi aplaudido depois de defender às emendas de relator. De acordo com deputados que participaram do encontro, realizado na Câmara, Lira afirmou que o mecanismo é "transparente" e defendeu seu aperfeiçoamento para evitar que ele seja revogado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para o presidente da Câmara, o orçamento secreto representa a independência e a autonomia do Congresso em relação ao Executivo Na reunião com os parlamentares do União Brasil, Lira também mencionou o número de deputados da Casa para dizer que 513 cabeças pensam melhor do que a de alguns ministros.
No encontro, integrantes do partido concordaram que não era o momento de fechar apoio formal a um novo mandato do atual presidente da Câmara. Argumentaram que é preciso aguardar o segundo turno da eleição presidencial e também negociar a distribuição dos espaços na Casa.
Cargos
"À exceção de um candidato próprio do partido à presidência da Câmara, Lira tem nossa simpatia, a minha, pessoalmente. Ele foi muito correto conosco no cumprimento dos acordos, reconhecendo os espaços que tínhamos direito", afirmou o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil na Câmara.
Para Elmar, a legenda pode ficar somente com uma das comissões - CMO ou CCJ -, se tiver o controle da liderança do bloco ou da federação. Nesse caso, o Progressistas de Lira ficaria com a outra comissão. Uma ala do União Brasil, porém, não quer abrir mão dos colegiados que controla atualmente, sob o argumento de que, com o atual presidente da Casa, o Progressistas já teria o principal cargo na Casa.
Durante a conversa de parlamentares do União Brasil com o presidente da Câmara, o ex-ministro e deputado federal eleito Mendonça Filho (União-PE) defendeu a valorização da bancada e destacou que o partido não vai ser uma legenda de "um dono só". Foi um recado ao presidente nacional do partido, Luciano Bivar, que acumulou divergências com integrantes da sigla durante as eleições estaduais pernambucanas.
Além das comissões, a legenda também quer relatorias de projetos estratégicos que serão votados na próxima legislatura. A pauta ainda não foi definida e dependerá dos acordos com quem for eleito presidente. O consenso é de que a legenda vai defender a aprovação das reformas tributária e administrativa, a manutenção do poder do Congresso sobre o Orçamento, além de rejeitar a pauta de costumes.
"Para a governabilidade de um governo Lula, por exemplo, é melhor ter a CCJ presidida pelo Progressistas ou pelo União Brasil do que pelo PL, com alguém ligado ao Bolsonaro, que venha a travar as pautas importantes", disse o deputado Junior Bozzella, vice-presidente do União Brasil em São Paulo.
Federação
O modelo da federação é visto com ressalvas, pois requer um acordo das duas legendas em todos os Estados e municípios, forçando uma única composição nas eleições municipais de 2024. Dessa forma, líderes das duas legendas têm avaliado a formação de um bloco partidário na Câmara e no Senado, formato já previsto no regimento das duas Casas.
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