Partido de Bolsonaro planeja neutralidade caso Lula seja eleito
PL costuma ter grande ala na base governista; congressistas que pertencem ao grupo preferem se aliar para terem maior facilidade na liberação de verbas
Legenda terá uma bancada com 99 deputados no próximo ano - Evaristo Sa/AFP
Legenda terá uma bancada com 99 deputados no próximo anoEvaristo Sa/AFP
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, está enfrentando dificuldades na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) na reta final do segundo turno das eleições 2022. O chefe da legenda tem articulado com aliados um plano para fazer parte de um eventual governo Lula a partir do ano que vem.
Uma grande ala do partido é conhecida por sempre estar na base governista. Congressistas que fazem parte deste grupo preferem compor com o governo para ter maior facilidade na liberação de verbas para seus núcleos eleitorais, principalmente quem possui votações expressivas no interior do Brasil.
No entanto, a legenda também conseguiu eleger um expressivo número de bolsonaristas, como Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira. Não é segredo para ninguém que, caso o PT volte ao poder, o trio será oposição. O foco será se fortalecer para lançar um nome, possivelmente Jair Bolsonaro, como candidato à Presidência.
O PL terá uma bancada com 99 deputados. Atualmente, 60 são próximos ao atual presidente. Mas, com Lula no poder, acredita-se que metade deve pular do barco e fazer parte do governo petista. Além disso, os outros 39 devem estar com o ex-presidente já no dia primeiro de janeiro.
Valdemar sinalizou que está aberto a conversas. Em um primeiro momento, ele não indicará nomes para ministérios. Porém, a contrapartida será que o PT permita que a sigla seja neutra, o que significa que todos os parlamentares tenham independência para votar conforme suas convicções.
Esse seria o primeiro passo para melhorar a relação entre os dois partidos. Entretanto, o chefe do PL não descarta uma relação ainda mais próxima nas eleições de 2024, principalmente em cidades do Norte e Nordeste.
O que diz Lula
Lula é favorável que o PL esteja na base governista, desde que Bolsonaro seja isolado ou retirado da sigla. O petista também não irá criar resistência numa possível neutralidade do partido desde que a maioria esteja apoiando os projetos de um eventual governo do PT.
Uma conversa entre lideranças do PT com Valdemar ocorrerá apenas após as eleições, caso Lula confirme sua vitória neste domingo, 30.
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