Os candidatos se enfrentaram nesta sexta-feira, 28Cléber Mendes/Agência O Dia

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou os estúdios Globo preocupado, na madrugada deste sábado, 29. Ele estava acreditando que seu desempenho no debate não havia sido tão bom. Porém, ao conversar com a sua equipe, recebeu a informação que todas as pesquisas qualitativas o deram vantagem.
Em primeiro lugar nas pesquisas internas e externas, mas com uma margem apertada, o petista entrou no confronto com um único objetivo: conquistar os eleitores indecisos. E, na visão dele, isso só ocorreria em uma discussão sobre plano de governo.
Durante os intervalos, Lula reclamou inúmeras vezes do nível da conversa. Na avaliação dele, Bolsonaro estava conseguindo levá-lo para o campo da “briga” e não das “ideias” sobre as eleições 2022. Apesar da comitiva alertá-lo que os resultados estavam positivos a seu favor, ele não acreditou.
Após ser entrevistado pelos jornalistas, o ex-presidente foi para casa e, no caminho, soube todos os detalhes das pesquisas qualitativas. A informação que o animou foi que, na opinião dos entrevistados, ele se saiu melhor que Bolsonaro em todos os blocos, diferentemente do que ocorreu nas atrações anteriores.
Lula também se impressionou ao saber que teve menções mais positivas nas redes sociais do que o seu adversário. Ele chegou a dizer para Janja que o trabalho do PT na internet “é de brilhar os olhos”.
O petista questionou a sua equipe o motivo que o levou a vencer o confronto. Os coordenadores da campanha disseram que ele soube ser incisivo em seus posicionamentos, mas sem perder o controle, além de demonstrar uma postura confiável ao falar dos projetos.
O ponto fraco
A campanha ficou satisfeita pelo fato de Lula não deixar Bolsonaro pautar o debate, mas a única queixa da equipe foi o fato do ex-presidente ter se enrolado na pauta de Meio Ambiente, principal trunfo dele, para entrar na discussão sobre aborto.
Outra questão que gerou reclamações foi o petista ter sido menos claro nas apresentações de propostas, no quarto bloco, do que Bolsonaro.
Lula terminou o primeiro turno com 48,43% dos votos (57.259.504), enquanto Bolsonaro marcou 43,20% (51.072.345). O vencedor do pleito eleitoral comandará o país por ao menos quatro anos, até o fim de 2026, assumindo o governo em janeiro de 2023.