Apoiadores de Bolsonaro protestam contra o resultado das urnas no último domingo, 30, que deram vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Marcos Porto/Agência O Dia

O número de interdições nas rodovias federais caiu para 73, de acordo com o último balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PFR) às 10h07 desta quinta-feira, 3. Mesmo após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) em vídeo publicado nesta quarta-feira, 2, pedindo aos seus apoiadores que liberassem as vias, os bloqueios permanecem em sete estados do país.
Segundo a PRF, interdições ainda estão presentes no Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rondônia e Santa Catarina.
No boletim anterior, divulgado às 6h17 desta quinta-feira, o total de pontos interditados era de 86 em 11 estados. Na atualização, Acre, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul não possuem mais nenhum registro de bloqueios.
Desde o início das operações, de acordo com a PRF, 876 protestos já foram desfeitos e mais de 1.992 multas foram aplicadas.
Os apoiadores de Bolsonaro protestam contra o resultado das urnas no último domingo, 30, que deu vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e derrota ao atual mandatário. No vídeo desta segunda-feira, o chefe do Executivo afirmou que a obstrução das vias prejudica o direito de ir e vir dos cidadãos, alinhado ao seu pronunciamento de terça-feira, 1º, após mais de 40 horas de silêncio.

"O fechamento de rodovias pelo Brasil, prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na nossa Constituição. Nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Tem que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo a nossa economia. Sei que a economia tem sua importância, né, sei que vocês estão dando mais importância a outras coisas agora. É legítimo. Mas eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas", afirmou Bolsonaro na gravação, após dizer estar "chateado" com o resultado do pleito.
Na primeira fala após as eleições na terça-feira, Bolsonaro disse: "Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir".

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o desbloqueio imediato das estradas na última segunda, 31, com punições aos manifestantes e ao diretor-geral da PRF em caso de descumprimento.

"Que sejam imediatamente tomadas, pela Polícia Rodoviária Federal e pelas respectivas polícias militares estaduais — no âmbito de suas atribuições —, todas as medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis do poder executivo federal e dos poderes executivos estaduais, para a imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido", decidiu Moraes.
*Com informações do iG