O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da transição do governo Lula, disse nesta quinta-feira (10) que a futura gestão petista terá responsabilidade fiscal mesmo fazendo a ampliação de gastos com questões sociais. O posicionamento ocorreu após o presidente eleito ter discursado para deputados e senadores aliados e o mercado financeiro ter reagido mal.
“Se alguém teve responsabilidade fiscal, foi Lula. Isso não é incompatível com a questão social. O que precisa é a economia crescer. E é importante ter investimento público e privado, recuperar planejamento no Brasil e [ter] bons projetos”, comentou o ex-governador de São Paulo.
Segundo Alckmin, as oscilações negativas do mercado financeiro nesta manhã ocorreram por questões externas e não por conta da declaração de Lula. O presidente eleito declarou que há uma incompatibilidade entre assistência social e a responsabilidade fiscal.
“Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gasto não discutem a questão social do país? Por que o povo pobre não está na planilha da discussão da macroeconomia?”, relatou.
O vice-presidente relembrou que os dois primeiros mandatos de Lula (2002 e 2006) foram positivos economicamente. Alckmin destacou que o petista assumiu o poder quando o Brasil estava com uma dívida de 60% do PIB (Produto Interno Bruto) e, quando entregou o cargo em 2010, o país tinha uma dívida de 40%.
A preocupação do mercado é com a PEC da Transição. A proposta tem como intenção retirar do teto de gastos os recursos necessários para manter o Auxílio Brasil em R$ 600. O Orçamento de 2023 deixou recursos para que o benefício ficasse em apenas R$ 405.
“Acho que não há ninguém que seja contra enfrentar a questão da fome e da pobreza gigantesca que temos hoje no Brasil”, falou Alckmin. A proposta deve ser apresentada ainda hoje.
Transição
Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito, anunciou nesta quinta-feira (10) 36 novos nomes que vão compor grupos técnicos da equipe de transição do governo de Lula.
Entre novos membros, destaque para Guido Mantega , ex-ministro da Fazenda e que atuará no setor de Planejamento, orçamento e gestão, e Anielle Franco, irmã de Marielle Franco que fará parte da área de Mulheres.
Confira, a seguir, as novas áreas e ministros da equipe de transição:
- Anielle Franco - Roseli Faria; - Roberta Eugênio; - Maria Helena Guarezi; - Eleonora Menicucci; - Aparecida Gonçalves.
Igualdade racial
- Nilma Mino Gomes; - Givania Maria Silva; - Douglas Belchior; - Thiago Tobias; - Ieda Leal; - Martvs das Chagas; - Preta Ferreira.
Comunicação
- Paulo Bernardo; - Jorge Bittar; - Cezar Alvarez; - Alessandra Orofino.
Direitos Humanos
- Maria do Rosário; - Maria Vitória Benevides; - Silvio Almeida; - Luis Alberto Melchetti; - Janaína Barbosa de Oliveira; - Rubens Linhares Mendonça Lopes.
Indústria, comércio, Serviços e pequenas empresas
- Germano Rigotto; - Jackson Schneider; - Rafael Luchesi; - Marcelo Ramos; - André Ceciliano,; - Paulo Okamoto; - Tatiana Conceicao Valente; - Paulo Feldman.
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