Henrique Meirelles apoiou Lula desde o primeiro turnoAdeleke Anthony Fote/Parceiro/Agência O Dia

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou que o anúncio da equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contribuiria para acalmar o mercado. Em conversa com jornalistas, após participar de evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), nesta terça-feira, 15, em Nova York,  ele ainda disse que não recebeu convite para integrar o time e que não trabalha com hipóteses. 
"De fato, espera-se o anúncio da equipe econômica o mais rápido possível. Não há dúvidas de que o anúncio da equipe econômica tende a acalmar o mercado", disse Meirelles. "O governo está sendo composto em tempo muito exíguo", acrescentou.

Ele alertou para a reação do mercado, mas ponderou que o impacto nos ativos brasileiros vai depender dos nomes escolhidos. Disse ainda que o mercado vai além do sistema financeiro e abrange a sociedade, os pequenos empresários etc. "Mercado é muito mais que mercado financeiro. É o padeiro. São todos aqueles na atividade produtiva", disse.

Sobre se já teria recebido algum convite da equipe de transição para compor o futuro governo, respondeu que não. Afirmou ainda que não trabalha com hipóteses, ao ser questionado se aceitaria algum cargo no governo Lula.

Meirelles voltou a reforçar a necessidade do governo atentar à responsabilidade fiscal com o social. "Quando o governo gasta excessivamente, leva à falta de confiança. Manter gastos sob controle é a melhor forma de garantir, inclusive, inclusão social, crescimento. É importante que a economia cresça e gere emprego", avaliou. "Temos de ter responsabilidade social, mas estabelecer meta clara no fiscal", acrescentou.

Sobre a PEC da transição, Meirelles disse que a medida é necessária para acomodar os gastos transitórios. "A PEC de transição é um waiver. É importante que não se pare na PEC de transição porque daí deixa de ser um waiver", concluiu.