Bernardinho, que rompeu o tendão do bíceps direito, tem comandado o time com 
uma tipoia - Alexandre Loureiro/Inovafoto/CBV
Bernardinho, que rompeu o tendão do bíceps direito, tem comandado o time com uma tipoiaAlexandre Loureiro/Inovafoto/CBV
Por ANA CARLA GOMES

Rio - A temporada não foi nada fácil, com Juciely, Gabriella, Gabi e Monique enfrentando contusões. Foi preciso recorrer ao mercado e trazer a dominicana Yonkaira Peña. Mas Bernardinho está novamente em uma final da Superliga feminina de vôlei. É a 14ª seguida com o Sesc RJ, que busca o 13º título da competição nacional. Números impressionantes de mais um trabalho vitorioso do comandante que tem dois ouros olímpicos com a Seleção masculina.

"Eu via a tristeza, a frustração pela companheira estar lesionada. Mas o time seguiu fazendo, não parou em nenhum momento, mesmo com todas as dificuldades, altos e baixos. Às vezes, faltavam peças em determinados momentos e o time se manteve. Não adianta se lamentar. São coisas que muitas vezes não estão sob o nosso controle. Não adianta parar. Não adianta pensar: 'Oh, vida, oh, azar". Não existe isso. A vida não é sempre justa. Tem o dia seguinte para fazer o que tem que ser feito", afirma Bernardinho.

O segundo jogo da final contra o Dentil-Praia Clube será domingo, às 9h10, no ginásio Sabiazinho, em Uberlândia (MG). O Sesc RJ venceu a primeira partida por 3 sets a 1, na Arena Carioca 1, na Barra. Se o time mineiro ganhar o segundo confronto, a decisão será no golden set.

"É um jogo totalmente diferente que a gente pode esperar em Uberlândia. Nas semifinais, elas não jogaram bem fora de casa, quando perderam as duas partidas, mas jogaram muito bem em casa. Elas são as grandes favoritas, têm um time mais alto, mais forte. Temos que seguir fazendo, não desistir, tentar. Ganhar duas seguidas delas é uma tarefa realmente muito complicada", analisa Bernardinho.

O Praia Clube disputa a final da Superliga pela segunda vez e busca o título inédito. Apesar do retrospecto do Sesc RJ ser muito superior, Bernardinho destaca a força das jogadoras rivais: "Talvez a equipe do Praia esteja construindo uma tradição, mas você olha para lá e tem a Fabiana, que ganhou vários títulos conosco aqui; a Walewska, que ganhou um título comigo há 18 anos e outros que ela ganhou ao longo da carreira; a Garay... Praticamente todas já chegaram a finais e ganharam títulos. Foram campeãs olímpicas, bicampeã olímpica. Realmente, são muito gabaritadas".

Durante a temporada, outro momento difícil para o Sesc RJ foi quando o time carioca sofreu duas derrotas seguidas para a Camponesa-Minas, uma pela Superliga e outra pela decisão do Sul-Americano de Clubes. Depois, o time mineiro entrou no caminho da equipe de Bernardinho nas semifinais da competição nacional e o Sesc fechou a série melhor de cinco com três vitórias. "Trabalhamos e focamos no que tínhamos que fazer. Há de se lamentar a derrota no Sul-Americano, que realmente é muito dura e difícil. A gente teve a virada lá perdendo por 2 a 0 (no primeiro jogo da semifinal) e viramos e aí controlamos a série jogando bem", comenta Bernardinho.

Numa temporada tão conturbada, até o treinador passou por cirurgia, após romper o tendão do bíceps direito. "Se fosse só eu, tudo bem. Eu me preocupo muito mais com as meninas", diz ele. Para quem se impressiona com os números do Sesc, ele responde: "A gente vai sofrendo para chegar e é do jogo".

Você pode gostar
Comentários