Moscou - A dois dias da abertura da Copa do Mundo da Rússia-2018, Brasil, Alemanha, Espanha, França e Argentina apostam em diferentes características para justificarem o status de favoritas ao título mundial. Confira os principais candidatos.
Brasil sonha com o hexa
Liderada por Neymar, plenamente recuperado de lesão que o tirou dos gramados por três meses, o Brasil quer fechar de vez a ferida do traumático 7 a 1 e conquistar o sexto título mundial.
Desde que Tite assumiu o comando da equipe, o Brasil recuperou a boa forma de jogar e se tornou um time confiável. A "Neymar-dependência" já não é tão nítida como outrora, mas o craque do Paris Saint-Germain continua sendo o personagem fundamental para elevar o nível da seleção a outro patamar.
A equipe vem de boas vitórias sobre Croácia e Áustria, nos últimos amistosos antes da bola rolar no mundial, e mostrou segurança defensiva e boas alternativas para criar chances no ataque.
Marcelo, Philippe Coutinho, Wilian, Douglas Costa e Gabriel Jesus auxiliam Neymar a quebrar retrancas e diluem a responsabilidade de marcar gols.
Alemanha quer bicampeonato
A atual campeã Alemanha tem muitos argumentos para defender o troféu e levantar o bicampeonato consecutivo. O técnico Joachim Low se deu ao luxo de deixar Mario Gotze, autor do gol da vitória na última final, e o jovem Leroy Sané, um dos principais jogadores da temporada do Manchester City, de fora da lista de convocados.
No grupo F ao lado de México, Suécia e Coreia do Sul, os alemães vão para a competição com boa parte do time que venceu o tetracampeonato e entrou para a história ao golear o Brasil por 7 a 1 na semifinal, em 2014.
O grupo de 23 jogadores mescla atletas experientes com uma nova geração de jogadores, como Joshua Kimmich, Julian Draxler e Timo Werner, também exitosos no título da Copa das Confederações em 2017. A Alemanha levou o troféu com um time "B".
A principal dúvida é a forma física do capitão e goleiro Manuel Neuer, que ficou de fora dos gramados por oito meses mas participou dos últimos amistosos da Mannschaft sem maiores limitações.
Argentina conta com Messi
Se não fosse por Lionel Messi, a Argentina talvez nem estivesse disputando a Copa do Mundo. O craque e capitão salvou a equipe no último jogo das eliminatórias e é a esperança da bicampeã para voltar a levantar o troféu.
Mas a geração do craque do Barcelona é assombrada pela falta de títulos, principalmente pelos vice-campeonatos recentes (Copa do Mundo-2014 e Copas América 2007, 2015 e 2016).
A necessidade de levantar um caneco com a seleção é nítida para começarem a colocá-lo no mesmo patamar de Diego Maradona, responsável pelo bi mundial em 1986.
Espanha recupera autoestima
Depois da geração de ouro conquistar o bi da Eurocopa (2008 e 2012) e a primeira Copa do Mundo (2010) da história do país, a Espanha fracassou nas grandes competições seguintes. Mas sob comando de Julen Lotepegui, a equipe recuperou o bom futebol e a autoestima.
Misturando craques campeões, como Iniesta, Sergio Ramos e Piquet, com jovens talentos como Isco, Rodrigo e Asensio, a Espanha passeou nas eliminatórias europeias e espera repetir o sucesso da Copa da África do Sul.
A missão da "Fúria" é conseguir encontrar um equilíbrio do jogo de posse de bola com o ímpeto ofensivo do brasileiro naturalizado espanhol, Diego Costa.
Juventude e talento francês
Vice-campeã da última Eurocopa-2016, a França aposta na juventude e no talento de Paul Pogba, Ousmane Dembélé, Kylian Mbappé e Antoine Griezmann para buscar o bicampeonato mundial.
O técnico Didier Deschamps segue defendendo a concentração do futebol coletivo, o que permitiu levantar o título em casa em 1998. Mas é justamente a irregularidade do jogo em equipe francês que coloca o favoritismo do país em dúvida, apesar de ter grandes nomes em todas as posições.
A lista de convocados é promissora. Impressiona também o nível dos jogadores que ficaram de fora, como Lacazette, Benzema, Rabiot, Martial e Payet.
SEGUNDO PELOTÃO DE RESPEITO
Além dos tradicionais Alemanha, Brasil, Argentina, França e Espanha, seleções com grandes talentos individuais e elencos promissores apostam em tropeços dos favoritos para sonharem com o título, como Inglaterra, Uruguai, Portugal e Bélgica.
Uruguai, tradição e ataque mortal
Primeiro campeão do mundo, em 1930, o Uruguai sonha em conquistar o tricampeonato apesar de não contar com um time de destaque em todas as posições. A força da "Celeste" está na tradição e na dupla de ataque formada por Luis Suárez e Edinson Cavani.
Os uruguaios chegam para a Copa após um sonhado quarto lugar, em 2010, e frustrada eliminação nas oitavas de final, em 2014. A partida ficou marcada pela mordida de Suárez no italiano Giorgio Chiellini.
O atacante do Barcelona precisa controlar os impulsos na Rússia, mas poderá ficar mais tranquilo por contar com os meias Matías Vecino e Rodrigo Betancur para criarem jogadas ofensivas. Na defesa, a dupla de zaga formada por Diego Godín e Jose María Giménez quer provar sua força.
Última chance para CR7?
A conquista da última Eurocopa sobre a anfitriã França aumentou as expectativas de Portugal na Copa do Mundo. O país aposta novamente o talento de Cristiano Ronaldo, que não conseguiu levar a equipe além das oitavas de final nas últimas duas edições do mundial. Por outro lado, o craque foi um dos principais nomes do Real Madrid no tricampeonato consecutivo da Liga dos Campeões.
Aos 33 anos, pode ser a última chance de CR7 liderar os lusos em direção ao inédito troféu da Copa do Mundo.
Ao lado de Espanha, Marrocos e Irã no grupo B, o técnico Fernando Santos quer que Ronaldo se associe com homens como Bernardo Silva e Gonzalo Guedes, jogadores que tiveram boa temporada defendendo Manchester City e Valencia, respectivamente
Juventude inglesa
O técnico Gareth Southgate não hesitou ao deixar os veteranos como Wayne Rooney, Joe Hart e Jack Wilshere de fora da Copa do Mundo para apostar em jovens talentos.
A Inglaterra conta com uma geração promissora com nomes como Eric Dier e Delle Alli, no meio de campo, e Marcus Rashford e Harry Kane, no comando de ataque. O que pode pesar para a equipe é a falta de experiência em competições importantes, já que a média de idade do elenco é de 25,4 anos.
Todos os atletas convocados por Southgate atuam na Premier League, campeonato que mais cedeu jogadores para o mundial (124) e que é considerado um dos mais competitivos do mundo.
Bélgica quer atingir potencial
No papel, os Diabos Vermelhos tem um elenco equilibrado, com solidez em todas as partes do campo. A tarefa do técnico espanhol Roberto Martínez é comprovar que a "promissora geração belga" atingiu a maturidade e pode brigar pelo título com as seleções mais tradicionais.
Na última Copa do Mundo e na Eurocopa-2016, a equipe caiu nas quartas de final. Ainda assim, conta com jogadores do nível de Thibaut Courtois, Kevin De Bruyne, Eden Hazard, Yannick Carrasco, Romelu Lukaku para tentar repetir a melhor atuação na história com a semifinal de 1986.
Com informações da AFP