Rio - Um suíço com alma brasileira e coração verde e amarelo. No duelo entre a pátria mãe e a de adoção, hoje, em Rostov, Christian Vogt, um engenheiro de eletrotécnica e software de 44 anos, não hesita em admitir que vai torcer pelo Brasil. Otimista, arrisca até o placar: 3 a 1 para os comandados do técnico Tite.
"O Brasil vai ganhar, mas vai levar um gol primeiro. Acho que a Seleção vai subestimar a Suíça, como faz com frequência contra adversários mais fracos, mas depois vira para 3 a 1", prevê Christian, que nasceu em Lachen, uma comuna no Cantão Schwyz com cerca de 6.754 habitantes, e se mudou com a família para o Brasil quando tinha apenas 1 ano de idade.
Os Vogts vieram morar em Nova Friburgo cidade na região serrana do estado do Rio e conhecida como a Suíça brasileira , onde Christian aprendeu a gostar do velho esporte bretão. Em 1991, então com 18 anos, decidiu voltar a morar na terra natal, mas a identificação com o futebol pentacampeão mundial continua forte.
"Além de ter aprendido a gostar de futebol no Brasil, torcendo para o Flamengo, continuo me sentindo mais brasileiro que suíço", revela Christian, que vai ver o duelo de hoje em Lachen, na companhia de amigos (alguns deles brasileiros) e dos filhos Alexandre, de 22 anos, e Livia, de 9 anos. De preferência em um local que tenha telão.
"O que não pode faltar de jeito nenhum é a cerveja bem gelada", brinca Christian, que vê a seleção brasileira como favorita ao título na Copa do Mundo da Rússia ao lado de Alemanha, Espanha e Portugal. Ele só não demonstra muita confiança no desempenho da equipe comandada pelo técnico Vladimir Petkovic.
"A Suíça vai fazer o jogo duro que conhece, se trancando na defesa e tentando aproveitar os erros dos adversários. Mas precisará de muita sorte. Se chegar às oitavas de final já estará de bom tamanho", avalia o quase brasileiro Christian. (A.C.)
