Rio - Substituto de Bernardinho, Renan Dal Zotto assumiu a Seleção masculina de vôlei em janeiro de 2017 e, um ano e oito meses depois, terá pela frente o seu principal desafio no comando da equipe brasileira: o Campeonato Mundial, na Bulgária e na Itália, a partir do domingo que vem. Para ir bem no torneio, em que o Brasil ostenta o status de tricampeão (2002, 2006 e 2010), Renan aposta num tempo maior de preparação em relação ao que teve para a disputa da Liga das Nações, na qual o país ficou em quarto lugar, e na manutenção da base campeã olímpica na Rio-2016, um desejo que ele manifestou desde que foi anunciado pela CBV.
"Nós optamos por não abrir mão da qualidade e experiência desses jogadores. Mundial é um campeonato muito forte, de alto nível, e essa ajuda tem um peso muito grande para a seleção brasileira ou qualquer outra do mundo. Mas, junto a esses oito ou nove, teremos mais cinco ou seis jovens prontos", afirma Renan.
Integrante da geração de prata do vôlei brasileiro, que foi vice-campeã mundial em 1982 e vice-campeã olímpica em 1984, Renan fala do sentimento de comandar o país num Mundial: "Representar o Brasil é sempre uma emoção e uma responsabilidade muito grande, seja como atleta ou agora como treinador. É um compromisso muito sério, que todos do nosso grupo — atletas e comissão técnica — têm total consciência".
A estreia brasileira no Mundial será no dia 12, contra o Egito, em Ruse, na Bulgária. Ainda na primeira fase e na mesma sede, a Seleção enfrentará, em sequência, França, Holanda, Canadá e China. Na última semana, começaram os treinos os levantadores Bruno e William, os opostos Wallace e Evandro, os centrais Lucão, Maurício Souza, Isac e Éder, os ponteiros Lucas Lóh, Douglas, Kadu, Lipe e Rodriguinho, e os líberos Thales e Maique. Para a viagem, na terça-feira, haverá corte. Desses, foram campeões olímpicos em 2016 Bruninho, Wiliam, Wallace, Evandro, Lucão, Éder, Maurício Souza, Lipe e Douglas.
Entre os ponteiros, Renan encontrou dificuldades neste ano, com os desfalques dos campeões olímpicos Maurício Borges, que passou por cirurgia no joelho direito, e Lucarelli, que operou o tendão de Aquiles em novembro e foi dispensado dos treinos em julho, já que os exames mostraram que não teria condições físicas de ser submetido à rotina de trabalho com a Seleção. Já Lipe ainda está voltando de uma contusão no cotovelo direito.
"Os dois jogadores citados (Maurício Borges e Lucarelli) fazem falta a qualquer equipe e seleção do mundo, mas temos outros que estão bem e que, com o tempo que tivemos de trabalho, chegam em boas condições para o Mundial. Estamos confiantes de que vamos fazer uma boa competição em relação aos ponteiros e a todo o elenco", diz Renan.
Dois anos após o Brasil ter conquistado o ouro na Rio-2016, Renan vê o cenário mundial cada vez mais equilibrado. "Hoje, afirmamos que seis, sete seleções podem ser campeãs em qualquer competição. Temos os seis finalistas da Liga das Nações (Brasil, França, Rússia, Sérvia, Estados Unidos e Polônia), além da Itália, que ficou de fora da fase final e agora vai estar em casa, também com reais chances de ser campeã", analisa o treinador.
Para Renan, o fato de o Brasil ter um tempo maior de preparação agora em relação ao que teve para a disputa da Liga das Nações fará diferença: "Sem dúvida, esse prazo nos ajuda muito. Antes da viagem para a Liga das Nações, tivemos cerca de uma semana de treinamentos com o grupo completo. Desta vez, estamos com um prazo razoável para deixar a equipe mais bem preparada técnica e taticamente e em boas condições físicas para disputar uma competição do nível do Campeonato Mundial".