Guerrero - AFP
GuerreroAFP
Por O Dia
Depois da tempestade, o tempo clareou de vez para o atacante peruano Paolo Guerrero, maior artilheiro da Copa América em atividade, com 13 gols. Punido com suspensão de mais de um ano por doping, ele viu a carreira seriamente ameaçada e acabou deixando o Flamengo. Brigou, foi às últimas instâncias da Justiça e conseguiu jogar a Copa do Mundo da Rússia amparado por uma decisão liminar. A volta por cima começou a ser desenhada com as cores vermelha e branca: primeiro, com a camisa do Internacional; depois, com a da seleção peruana.
A consagração e a recompensa por tanto esforço e insistência chegaram agora, na Copa América. Craque e líder do time, Guerrero ajudou o Peru a garantir uma vaga na decisão de domingo, contra o Brasil, no Maracanã, fazendo o terceiro na vitória por 3 a 0. Para quase todos, uma surpresa. Para ele, algo do futebol. "Acho que está faltando respeito", declarou, quando questionado sobre o favoritismo de Uruguai e Chile, adversários que ficaram pelo caminho.
Publicidade
Sobre o duelo com o time canarinho, foi direto: "Respeito muito o Brasil, e também tem de respeitar muito o meu país. No futebol, não existe favorito. Estou feliz de ter uma final com o Brasil. Vamos fazer de tudo para sair com o titulo".
O artilheiro sabe quanto o seu povo sonha com isso. Afinal, se para os brasileiros é uma rotina ver a Seleção erguer taças, para os peruanos é algo raríssimo — a última conquista foi a da Copa América de 1975, há 44 anos. E, se isso por acaso se repetir, o herói já tem nome: Paolo Guerrero.
Publicidade
Um grupo nem tão seleto assim
Autor do gol que sacramentou a classificação peruana à final, Guerrero marcou pela segunda vez nesta Copa América e chegou ao impressionante grupo de 13 jogadores que dividem a artilharia da competição. De todos os nomes que fizeram dois gols, oito ainda têm a oportunidade de se isolar na disputa.
Pelo Brasil, Firmino, Coutinho e Everton marcaram e ainda terão a final para aumentar a conta, assim como os peruanos Guerrero e Flores. Amanhã, na disputa pelo terceiro lugar, no Itaquerão, os chilenos Alexis Sánchez e Vargas também terão mais uma oportunidade de se isolarem como goleadores da competição
Publicidade
Vargas, inclusive, já poderia ter assumido a artilharia do torneio, mas desperdiçou o pênalti nos acréscimos contra o Peru, numa cavadinha no meio do gol, defendida por Gallese.
Se nenhum deles marcar, a divisão da artilharia será a maior já vista em Copas Américas. Além disso, também será o menor número de gols feitos pelo 'goleador'. Por enquanto, as edições de 1916, 1920, 1921, 1923, 1927 e 1983 detêm esse recorde negativo, com artilheiros marcando três vezes apenas.