O clube que carrega o nome do bairro mais populoso do Brasil quer voltar também a figurar no topo do esporte nacional. Depois de anos de más administrações e sucateamento, o Campo Grande Atlético Clube iniciou um projeto ambicioso que visa, pouco a pouco, levar a equipe de volta à elite do futebol carioca e brasileiro.
Poucos moradores da região se lembram do time liderado por Luisinho das Arábias, artilheiro da campanha no título da Taça de Prata de 1982 — equivalente à Série B do Brasileiro —, maior glória da história do Campusca. É com essa memória que o vereador Zico assumiu a presidência do clube, buscando resgatar o período de grandes conquistas.
Objetivos
"Assumimos o clube com o objetivo de levá-lo ao patamar em que estava antes. A ideia é colocá-lo lá em cima em nível nacional e continental. Em 10 ou 15 anos queremos estar disputando a sul-americana", disse o presidente.
Clube sucateado
"Pegamos um clube que estava sem disputar nada, todo destroçado. Sem luz, sem água, nada. No primeiro ano, ficamos em terceiro lugar da Série C. No ano seguinte, ficamos em segundo e subimos para a B2 - terceira divisão do carioca".
Por que aceitou o desafio?
"Sou morador da região e vivi os momentos áureos da história do clube. Assisti de perto a conquista da Taça de Prata, estava vendo o jogo. Passamos pelo clube todo dia e fomos vendo a degradação. Isso mexe com qualquer um que seja do Campo Grande ou dos bairros adjacentes. Já estive aqui em 2006, mas tive que priorizar a política. Houve essa oportunidade de assumir o clube e eu topei".
Função social
"Priorizamos o futebol e o social, entregar o clube de volta a Campo Grande. Queremos entregar o clube ao povo daqui e dos bairros adjacentes, a Zona Oeste de verdade, do lado de cá do túnel".
Receita
"Tivemos o bailinho antes da pandemia e estávamos com outros três eventos programados. Também oferecemos atividades como zumba, basquete, vôlei, futsal, natação, judô... Temos um restaurante. O que arrecadaríamos com isso, investiríamos no estádio. Hoje, estamos focados no social para, a partir disso, resgatarmos o estádio".
Ítalo del Cima
"A gente queria uma arena para 40 mil pessoas, esse é o sonho. Se tivermos uma arena aqui na Zona Oeste, com essa quantidade de moradores, podemos atrair os times grandes para jogar aqui. Esse é o grande sonho do grupo que está aqui, mas precisamos de parceiros, patrocinadores".
Estádio pouco utilizado
"O que o Campo Grande tem que cumprir é o mesmo que os clubes grandes. Temos condições de jogar para 2 ou 3 mil pessoas, mas temo que cumprir uma série de exigências do estatuto do torcedor".