Um dos clubes mais importantes da Zona Oeste completa oito décadas de muita tradição. Em meio a glórias do passado, a decadência e um projeto ambicioso de reestruturação, o Campo Grande comemorou 80 anos de existência no último sábado, mas sem muito motivos para celebrar o presente. Liderada pelo presidente Zico e pelo diretor executivo Luiz Stellet, a diretoria atual trabalha agora por dias melhores no futuro, com o sonho de levar o Campusca de volta à elite do futebol nacional.
"Campo Grande grande de novo" é o slogan do plano iniciado em 2018. Há um longo caminho pela frente, o projeto está apenas no início, e uma etapa já foi cumprida no ano passado: o acesso à Série B2 do Campeonato Carioca (terceira divisão). Nada que esteja à altura da grandeza do clube, mas um passo importante no processo de reconstrução.
"Foi muito difícil. Muito trabalho, dedicação e nervosismo. O início do campeonato foi complicado, chegamos a perder um jogo por W.O. Isso só motivou todo mundo. Não fomos campeões, mas conseguimos atingir o objetivo maior, que era o acesso", contou o presidente Zico.
Empenhada em reerguer pouco a pouco a instituição, a direção tem como base a mobilização de todos os profissionais em prol do retorno do clube aos dias de glória, desde o presidente aos próprios jogadores, num elenco formado majoritariamente por moradores de bairros do subúrbio da Zona Oeste. A participação dos torcedores se dá pelo programa de vantagens Sou Mais Campusca, semelhante ao sócio-torcedor.
"Desde o início do projeto, entendi que estávamos na mesma direção. O grande segredo dessa revitalização do Campo Grande é que todo mundo quer a mesma coisa. Todos têm o mesmo objetivo, disponibilidade e gana de buscar isso", disse o diretor executivo Luiz Stellet.
Dias de Glória
Apesar de ter caído no ostracismo por muito tempo, o Campo Grande já teve seus momentos de conquistas e grande projeção no cenário nacional, tanto que frequentou a Série A do Brasileiro em 1979 e 1983, com direito ao título da Taça de Prata (Série B do Brasileiro) de 1982, maior glória da história do Galo da Zona Oeste. Já regionalmente, o clube conquistou duas vezes a Segunda Divisão do Carioca, em 1985 e 1993.
O Campusca também tem tradição na formação de talentos de destaque, como os atacantes Dadá Maravilha e Vágner Love. À beira do campo, o clube também deu a primeira oportunidade a Vanderlei Luxemburgo. Já alguns craques como Edu Coimbra, Cláudio Adão, Elói e Roberto Dinamite passaram pelo Campo Grande no fim da carreira.