A nomeação de Hashimoto, que competiu três vezes nos Jogos Olímpicos e quatro nos Jogos de Inverno, é considerada um sinal importante em um país em que as mulheres continuam a ser raras em cargos de poder. Ela era também a responsável no governo pela igualdade de gênero desde setembro de 2019.
A agora responsável pelo Comitê Organizador de Tóquio-2020 competiu nos Jogos Olímpicos de 1988 (Seul - Coreia do Sul), 1992 (Barcelona - Espanha) e 1996 (Atlanta - Estados Unidos), em ciclismo de pista, e nos Jogos de Inverno em 1984 (Sarajevo - Iugoslávia), 1988 (Calgary - Canadá), 1992 (Albertville - França) e 1994 (Lillehammer - Noruega), como patinadora de velocidade no gelo.
Hashimoto ganhou uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Inverno, em 1992, em Albertville, nos 1.500 metros de patinagem de velocidade no gelo.
A japonesa substitui no cargo Yoshiro Mori, de 83 anos, forçado a se demitir após ter feito comentários sexistas, afirmando que "as mulheres têm dificuldade em ser concisas", durante uma reunião do organismo a que presidia. "As reuniões dos conselhos de administração com a presença de muitas mulheres demoram demasiado tempo. Se for aumentado o número de membros femininos e o tempo de intervenção não for limitado, será mais difícil concluí-las, o que é irritante", sustentou Mori.
O ex-dirigente disse ainda que "as mulheres têm espírito competitivo" e "se uma levanta a mão (para poder intervir), as outras sentem-se na obrigação de também falarem", fazendo com que as reuniões demorem muito tempo a serem concluídas.
A polêmica gerada pelas declarações de Mori, que o próprio reconheceu "contrárias ao espírito olímpico" em um pedido de desculpas, levou à demissão de centenas de voluntários para os Jogos e causou profundo mal-estar entre os patrocinadores do evento.
O Japão ocupa o 121.º lugar no mais recente relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a igualdade de gênero, entre 153 países, e o 131.º na proporção de mulheres em lugares de topo em empresas, política e administração pública.