O carioca Léo Neiva, de 43 anos, está com 100% de aproveitamento à frente de São Cristóvão e Névis nas Eliminatórias da Concacaf
O carioca Léo Neiva, de 43 anos, está com 100% de aproveitamento à frente de São Cristóvão e Névis nas Eliminatórias da ConcacafArquivo Pessoal
Por MARCELO BERTOLDO
Rio - Prazer, Léo Neiva. À frente de São Cristóvão e Névis, o treinador carioca, de 43 anos, assumiu o ambicioso projeto de levar a modesta seleção à inédita classificação para a Copa do Mundo. Os 100% de aproveitamento no Grupo F das Eliminatórias da Concacaf colocaram o país localizado numa pequena ilha no Atlântico no mapa da bola. O caminho para o Catar ainda é longo, pois apenas o melhor colocado avança para a próxima fase da disputa. Com os pés no chão, Léo Neiva tem aproveitado ao máximo a experiência de liderar a missão de formação de uma geração.
"Potências da Concacaf como México, Estados Unidos, Costa Rica, Honduras, Jamaica e a própria Trinidad e Tobago, que está no nosso grupo. Todos com experiência de Copas do Mundo. Mas estamos indo na direção certa para fazer uma campanha histórica, como já vem sendo. Nosso maior desafio é deixar um legado no país diminuindo a distância tática e técnica entre o jogador local e o que atua no exterior principalmente na Inglaterra", avaliou Léo Neiva.
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Pouco conhecido no mercado brasileiro, o técnico, de 43 anos, teve uma carreira curta no limite das quatro linhas. A aposentadoria precoce, aos 23 anos, no entanto, não diminuiu o desejo de trabalhar com futebol e o estudo foi caminho escolhido para migrar de função. A transição começou em 2007, como auxiliar de Carlos Roberto, no América. O convite para trabalhar na África do Sul, no ano seguinte, fez Léo Neiva percorrer um caminho inverso como treinador. Cidadão do mundo, coleciona títulos nacionais na Jamaica, Tanzânia, além da África do Sul.
"Trabalhamos na Ásia, África, América do Norte e no Brasil. Está sendo o meu décimo segundo trabalho sendo oito no exterior e quatro no Brasil... Cheguei a receber convites para voltar para o Brasil, mas nenhum com condições de estrutura de trabalho que procuro. Em São Cristóvão e Névis tenho a oportunidade de disputar uma Eliminatórias para a Copa do Mundo, um sonho para qualquer treinador", destacou o treinador.
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Os muitos carimbos no passaporte permitiram a Léo Neiva a chance de conhece diferentes culturas e de explorar todo o potencial tático e de gestão de elenco. A bagagem, sem dúvida, será de grande valia para no projeto de assumir um trabalho no Brasil. A obtenção da Licença Pro da CBF foi mais uma conquista em direção à realização da meta no futuro.
"Com certeza. Minha família está no Brasil e temos o objetivo de voltar e assumir um clube com uma boa estrutura de trabalho. Hoje tenho uma carreira internacional bem consolidada... Cheguei a São Cristóvão e Névis com o intuito de desenvolver o futebol local, ajudar na capacitação dos treinadores e dos jogadores locais", disse Léo Neiva.
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Como sonhar não custa nada e o futebol tem a capacidade de proporcionar surpresas, o treinador segue focado nas Eliminatórias. Com a pausa forçada no calendário devido à pandemia do novo coronavírus, São Cristóvão e Névis tem volta marcada contra a seleção de Guiana, comandada pelo brasileiro Márcio Máximo, no dia 4 de junho, em casa. Em 135º lugar no ranking da Fifa, a pequena ilha do Atlântico já faz história com sotaque carioca.