Cortejo de Pelé começou após 24 horas de velório na Vila BelmiroNELSON ALMEIDA / AFP

Enquanto uma multidão enfrentou longas filas para prestar a última homenagem a Pelé, chamou a atenção a ausência de nomes importantes do futebol brasileiro no velório do Rei, que durou 24 horas. Dos campeões da Copa do Mundo, apenas dois foram à Vila Belmiro: Clodoaldo (1970) e Mauro Silva (1994), vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e representante da entidade.
O que mais gerou críticas foi a ausência dos campeões mundiais mais recentes, do tetra (1994) e do penta (2002), assim como jogadores da seleção brasileira atual e dos clubes do país.
Recentemente, em entrevista a uma TV inglesa, Kaká disse que os brasileiros, não valorizam os ídolos do esporte e citou Ronaldo que seria apenas "um gordo andando pela rua". O ex-meia foi uma das ausências lembradas por torcedores e jornalistas, enquanto milhares de torcedores estiveram lá e nas ruas de Santos, durante o cortejo.
Ronaldo, Romário e Neymar, por exemplo, enviaram coroas de flores. O jogador do PSG alegou que não foi liberado pelo PSG para ir ao velório, enquanto Mbappé e Hakimi viajaram aos Estados Unidos e assistiram a um jogo de NBA na noite de segunda-feira. Ele foi representado pelo pai.

Ex-companheiros presentes

Por outro lado, muitos ex-companheiros de Pelé no Santos marcaram presença, apesar da idade mais avançada. Manoel Maria, Clodoaldo, Lima, Abel, Lalá, Cláudio Adão e Aguinaldo, goleiro que carregou o Rei no colo quando ele fez o milésimo gol, foram ao velório na Vila Belmiro. Mengálvio, com covid-19, não pôde ir, assim como Pepe, que ficou muito abalado com a notícia da morte, e sua família achou melhor para a sua saúde mantê-lo num sítio fora de Santos.
Outros ex-jogadores do Santos, que não tiveram a honra de jogar com Pelé, também marcaram presença: Narciso, Léo, Elano, Ricardo Oliveira, Macedo, Jamelli, Índio e Serginho Chulapa foram se despedir. Zé Roberto foi outro e ainda carregou o caixão ao lado de Edinho, filho do Rei.

Críticas a quem não foi

Careca, Aranha e Marcelinho Carioca compareceram, assim como Neto, que criticou a ausência dos campeões de 1994 e 2022, assim como do técnico Tite, que deixou recentemente a Seleção. Até mesmo quem não defendeu o Santos foi prestar homenagem, caso de Emerson Sheik.
Da geração atual do futebol brasileiro, o técnico santista, Odair Hellmann, também esteve presente, assim como o coordenador de futebol e ex-Seleção, Paulo Roberto Falcão. Messias, Vinícius Zanocelo, Soteldo, Ângelo, Pirani, Maicon, Patati, Alex e Marcos Leonardo foram vistos na Vila Belmiro, assim como todos os jovens do time sub-20.
O goleiro João Paulo teve problema com o carro, que quebrou na estrada, mas chegou a tempo de acompanhar a pé o cortejo fúnebre pelas ruas de Santos, nesta terça-feira (3).

Dirigentes e outras autoridades na Vila Belmiro

Fora do campo, muitas autoridades não apenas do futebol, marcaram presença. O presidente Lula chegou na manhã de terça-feira. Na segunda, o ministro do STF Gilmar Mendes, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e os prefeitos da capital paulista, Ricardo Nunes, e de Santos, Rogério Santos, apareceram na Vila Belmiro. Até mesmo o presidente da Turquia, Recep Erdogan, foi dar adeus ao Rei do Futebol.
Os presidentes da Fifa, Gianni Infantino, da Conmebol, Alejandro Domínguez, e da CBF, Ednaldo Rodrigues, foram os principais dirigentes do mundo do futebol no velório de Pelé, que teve até mesmo um representante do Real Madrid.