Mário Bittencourt voltou a falar sobre a licitação do MaracanãFoto: Reprodução/TV Brasil

Rio - Enquanto não chega-se a um acordo pela nova licitação para a administração do Maracanã, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt voltou a fazer declarações sobre o assunto. Além de abordar o projeto de concorrer à gestão da concessão ao lado do Flamengo, o mandatário tricolor falou novamente sobre os recentes episódios de desentendimentos com Botafogo e, principalmente, Vasco.
"Jamais, em momento algum, o Botafogo e Vasco foram proibidos de jogar. O estádio é administrado por Fluminense e Flamengo há dez anos. Temos de nos recordar que em 2013, Botafogo e Vasco se pronunciaram oficialmente que não tinham interesse. O Botafogo usava o Nilton Santos e Vasco, São Januário. Historicamente, o Vasco disputou até jogos decisivos lá, como a final da Libertadores. Essa situação que estão levando é temerária", disse Mário em entrevista ao programa “No Mundo da Bola”, da TV Brasil, neste domingo (26), e emendou sobre os impasses com o Vasco, no último clássico.
"O clima do jogo ficou ruim. Foi como se o Fluminense estivesse tentando impedir a torcida do Vasco de comprar ingresso. O Vasco usa sempre o público em vez do privado buscando uma conciliação. Tivemos uma conversa eu, Landim e o Salgado ano passado. No início de 2022, o gramado do Maracanã passou por uma reforma. Ao final de 2021, o Jogo das Estrelas do Zico não foi lá. O Fluminense não jogou os dois jogos da Libertadores sendo administrador do estádio por conta da reforma. Levamos dois jogos pra São Januário. Pagamos o aluguel dos dois jogos. Após o primeiro jogo contra o Millonarios, o presidente Jorge Salgado me ligou pedindo pelo amor de Deus para tirar o segundo jogo de lá, porque a torcida do Vasco estaria reclamando. Aí fomos procurar o Botafogo para jogar no Engenhão. Nos cobraram mais caro que o Vasco. Pagamos e jogamos no Engenhão", falou.
O presidente do Tricolor afirmou que procurou o Botafogo recentemente por conta de mais uma reforma no Maracanã, mas o Alvinegro disse que não poderia alugar o Nilton Santos naquele momento. Bittencourt também revelou que, no ano passado, foi oferecido um dia para o Vasco atuar contra o Guarani, pela Série B, no Maracanã. No entanto, o Cruzmaltino não quis porque não era uma data "maracanizável".
"O que é isso? Um jogo de grande apelo, que o Vasco vai ter um resultado positivo. Aí nós que administramos o estádio há dez anos, que gastamos mais de R$ 100 milhões no estádio, vamos lá e jogamos estadual, à noite com chuva e os deficitários. E vocês ficam jogando no estádio de vocês e querem o Maracanã pro jogo “maracanizável”. Aí enviam um ofício e o estádio não pode ter três jogos por semana. Nós respondemos e vocês entram na Justiça. Nesse encontro já até conversamos que o Vasco possa jogar oito, dez jogos por ano, até mais. Só que o Vasco usa essa bandeira. Não a instituição, as pessoas que o dirigem. De dizer que estão sendo excluídos", frisou Mário.
A licitação para a gestão do Maracanã foi interrompida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que fez uma avaliação técnica e destacou pontos que precisariam ser corrigidos. O TCE então determinou que a licitação fosse refeita e, atualmente, está sendo elaborada na Casa Civil do Estado, sem previsão de data para o reinício do processo.
"A licitação vai ser vencida na técnica por quem quer que vença. Falamos recentemente com o dono da SAF do Botafogo, John Textor, ele disse até que o Engenhão, com a grama sintética, vai poder ser mais vezes alugado. Nós como dirigentes de clube, podemos conversar e chegar a um denominador comum", finalizou Bittencourt.