Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, e Dorival Júnior, novo técnico da SeleçãoDivulgação/CBF

Rio - A seleção brasileira, finalmente, tem um novo técnico. Em cerimônia realizada na tarde desta quinta-feira (11), na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, apresentou Dorival Júnior como técnico para o lugar de Fernando Diniz, interino até então. O contrato foi assinado na frente de jornalistas, convidados e membros da comissão técnica.
Dorival Júnior chega para trabalhar visando Copa América e o restante do ciclo para a Copa do Mundo de 2026. O técnico, que estava no São Paulo, teve acerto rápido logo após o retorno de Ednaldo à presidência da CBF - ele estava afastado por decisão judicial e teve a resposta negativa de Ancelotti, que renovou com o Real Madrid.
"É uma satisfação. Estou, sinceramente, emocionado. Depois de tudo que vivi na minha vida, que passei, e principalmente nesses últimos seis, sete anos, conseguindo vencer dois momentos de muita dificuldade dentro da minha casa, do meu lar. Minha esposa com câncer muito agressivo, logo em seguida eu também fui diagnosticado, e isso serviu para que eu me fortalecesse ainda mais e pudesse repensar em alguns pontos da minha carreira", iniciou Dorival Júnior.
O novo técnico da Seleção deixou claro sua missão: reaproximar o torcedor do dia-a-dia dos jogadores e retomar o caminho das vitórias. Dorival foi bem claro e deixou o ego de lado no novo cargo.
"Hoje estou aqui representando a seleção mais vencedora do planeta, a que inspira muitos no mundo inteiro. E tem obrigação de voltar a vencer. O futebol brasileiro é muito forte, se reinventa. (...) Estou aqui para fazer a primeira convocação: a do torcedor brasileiro. Que ele passe a viver um pouco mais a sua Seleção, que ele acredite um pouco mais na sua Seleção. É natural que seja uma obrigação de todos nós que aqui estamos fazermos o nosso melhor para que possamos entregar ao torcedor uma seleção confiável e que volte a passar credibilidade", disse Dorival.
"Então, peço, de coração, para que o torcedor volte a participar do dia a dia da nossa Seleção, que vivencie a nossa Seleção, como sempre foi. Também convoco a cada um dos senhores, cada um dos profissionais que fazem parte do futebol, que estejam, envolvidos de alguma forma com o futebol. Futebol brasileiro precisa de cada um de vocês, nós não podemos nos dividir. Nós temos uma seleção brasileira, uma seleção do povo. A partir de agora, não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro", completou.
O Brasil se vê em situação desconfortável nas Eliminatórias da América do Sul na sexta colocação com apenas sete pontos somados e quatro tropeços consecutivos sob o comando de Fernando Diniz. Para Dorival, nomes não estão diretamente ligados aos resultados. É hora de exigir energia dos convocados.
"Não é nem uma mudança de nomes, o que vem acontecendo de uma maneira gradativa em relação à Seleção que jogamos na última Copa. É uma mudança emocional, postural, em que o atleta precisa entender que está vestindo uma camisa muito pesada, respeitada e referência no mundo todo".

Confira outras respostas de Dorival Júnior em sua entrevista de apresentação na Seleção:

Saída do São Paulo
"Eu tinha meu contrato no São Paulo, todos os jogadores contratados foram com a concordância da diretoria. Nós montamos o São Paulo para que o treinador que chegar faça o que bem entender. São jogadores versáteis para termos elenco enxuto em condição de poder abastecer toda e qualquer situação."
Jovens talentos e jogadores experientes
"Vocês acompanham o meu trabalho há algum tempo. O número de atletas que eu dei oportunidade na minha carreira… Um exemplo é o Filipe Luís, no Figueirense. Uma mescla é necessária e saudável. Não vai ser diferente. Pra mim, não importa. Se o Thiago (Silva) estive bem, ele terá oportunidade. Acho que os ciclos se encerram a partir de que o outro esteja bem melhor. Vou tentar trazer aqueles que estejam em melhores condições. O principal é que se adaptem rapidamente."
Estilo de jogo
"Em todas as equipes, eu me adaptei à equipe. Nunca chego com sistema pré-estabelecido. Prefiro identificar o tenho à mão e depois empregar um sistema. Números para mim são relativos: 3-5-2, 4-3-3, para mim isso é balela. Quero defender com maior número possível e defender com o maior número possível de jogadores. Muito difícil falar agora entre os sistemas do Fernando, do Ancelotti, até porque eles estão em clubes. E dentro de uma seleção é um pouquinho diferente. Esse encaixe é fundamental, para que na prática as coisas deem encaixe".
Rótulos de técnico "feijão com arroz"
"Muito tranquilo. Se você pegar a minha primeira equipe, o Figueirense e outra, como o Sport, Santos, Flamengo e São Paulo, você vai ver que nenhuma delas jogava da mesma forma. Esse feijão com arroz tem um tempero de cada estado. Lógico que não retornei a equipes como Flamengo, Santos e Vasco por acaso. Alguma coisa deixei plantado. Se foi um feijão ou um arroz, pode ter certeza que agradou essas pessoas."
Momento ruim nas Eliminatórias
"Tudo vai acontecer de uma maneira natural. A recuperação não se dá da noite para o dia. O importante é que voltemos a encontrar essa recuperação. Sei que foram resultados complicados, momento complicado. Imagino o esforço que o Fernando tenha tido para encontrar soluções. Nosso trabalho é esse, nosso desafio é esse. Pode ter certeza que vamos encontrar o caminho. Ali na frente, vamos encontrar equilibro que seja fundamental para que, a partir daí, busquemos nossa classificação."