John Textor Vitor Silva/Botafogo

O Botafogo pode recuperar R$ 9 milhões que estão presos na Justiça do Trabalho. O valor é excedente da ação pública que garantiu salários em dia nos últimos dois anos e ainda está separado em juízo, mas será liberado.
A apuração do "GE" consultou os números no processo público no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1). No total, esse acordo movimentou quase R$ 80 milhões de receitas do Botafogo em um ano e meio. As folhas de 2020 e 2021 foram quitadas integralmente. Já a quantia de R$ 9 milhões ficou como "sobra" dos depósitos judiciais mesmo depois dos pagamentos. Em reta final, o processo resta apenas a conclusão de prestação de contas e outras burocracias, como pagamento de honorários.
A ação é anterior à formação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), em que John Textor, investidor norte-americano, comprou 90% do clube. No caso, as receitas saíram do Botafogo ainda como associação, vindas principalmente de premiações e direitos de transmissão.
O acordo foi feito pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Sindicato dos Empregados em Clubes, Federações e Confederações Esportivas e Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindeclubes). Na situação, o Botafogo seria vítima das penhoras. No entanto, o clube avaliou o movimento como positivo por garantir segurança aos funcionários nos momentos mais graves da pandemia da Covid-19.
Em 2022, o acordo expirou, mas o Alvinegro ganhou outra segurança nos tribunais: o Regine Centralizado de Execuções. O novo modelo organizou as dívidas e impede penhoras em troca de 20% da receita mensal do clube. Para o pagamento de salários, os repasses do dono da SAF são fundamentais para reforçar o caixa. Só este ano, Textor já investiu R$ 150 milhões no clube.